Voluntário da CoronaVac morto tinha sedativos e álcool no sangue, diz laudo
12 de novembro de 2020Morte de voluntário da CoronaVac tinha sedativos e álcool no sangue segundo laudo do IML e do IC – Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Os laudos periciais do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) apontam que o voluntário da CoronaVac morreu por consequência de uma intoxicação por agentes químicos. Foi encontrada a presença de opioides, sedativos e álcool no sangue da vítima, segundo apurou a reportagem do UOL.
A morte do voluntário de 32 anos que causou a suspensão das pesquisas da vacina CoronaVac não foi relacionada com os testes ou com a covid-19 por autoridades ligadas à pesquisa. Segundo o UOL apurou, o caso é tratado como suicídio por pessoas envolvidas com o estudo e foi registrado dessa forma no boletim de ocorrência da Polícia Civil.
O caso foi usado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para interromper as pesquisas da vacina desenvolvidas pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac, na última segunda-feira (9). A Anvisa alegou que a decisão foi técnica, na ocasião.
Anvisa liberou retomada dos testes
Ontem, a Anvisa anunciou a autorização para retomada dos testes com a vacina CoronaVac. Os estudos da fase 3 tinham sido suspensos pela agência após a comunicação de "evento grave adverso", a morte de um voluntário que testava o imunizante contra a covid-19.
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, comemorou a autorização para retomada dos testes. Disse que é uma "excelente notícia", reafirmou que a vacina é segura e fez um agradecimento à Anvisa.
"Esperamos nesse momento andar com esse processo o mais rapidamente possível, pois sabemos que um dia com vacina faz diferença. Nós precisamos dessa vacina o quanto antes e por isso a nossa urgência na finalização desse estudo. Então, agradeço à nossa Anvisa pela compreensão e pela rapidez com que foi autorizada a retomada dos estudos clínicos", declarou Dimas, ontem.
O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, disse na terça-feira (10) que a decisão sobre a suspensão foi técnica e motivada pelos dados "incompletos" e "insuficientes" enviados pelo Instituto Butantan sobre o evento.
Em nota emitida ontem, a Anvisa disse que a suspensão está prevista em estudos deste tipo e atendeu protocolos previstos.
"Importante esclarecer que uma suspensão não significa necessariamente que o produto sob investigação não tenha qualidade, segurança ou eficácia. A suspensão e retomada de estudos clínicos são eventos comuns em pesquisa clínica e todos os estudos destinados a registro de medicamentos que estão autorizados no país são avaliados previamente pela Anvisa com o objetivo de preservar a segurança para os voluntários do estudo", diz a nota.
"A Anvisa assegura mais uma vez o compromisso com a população brasileira de atestar a qualidade dos dados dos estudos clínicos e a segurança dos voluntários, conferindo também o máximo de celeridade ao processo", completou.
Valedoitaúnas/Informações Uol