A chefe do conselho de funcionários, Daniela Cavallo, afirmou que esses cortes são necessários para a empresa se manter competitiva

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A Volkswagen, uma das gigantes do setor automobilístico mundial, está enfrentando uma grave crise apesar de ter registrado um faturamento recorde em 2023, atingindo cerca de 332,3 bilhões de euros, um aumento de 15,5% em relação ao ano anterior. Mesmo com esse recorde de vendas, a empresa anunciou que fechará ao menos três fábricas na Alemanha e que milhares de empregos estão em risco. A chefe do conselho de funcionários, Daniela Cavallo, afirmou que esses cortes são necessários para a empresa se manter competitiva em meio às mudanças no mercado.

Dependência da China e avanço dos carros elétricos

Grande parte dos problemas da Volkswagen está ligada à sua forte dependência do mercado chinês, que representa cerca de um terço de suas vendas globais. Porém, esse mercado já não traz o retorno esperado: no segundo trimestre de 2024, as vendas da Volkswagen na China caíram quase 20%. A causa? A crescente popularidade dos carros elétricos chineses, que se destacam por serem mais baratos e inovadores. Os fabricantes locais conseguiram avançar em tecnologias elétricas e baterias a um ritmo muito mais rápido, enquanto a Volkswagen em crise e fechará fábricas mesmo com faturamento recorde luta para alcançar essa inovação.

O atraso na transição para veículos elétricos também contribuiu para essa situação delicada. Nos últimos anos, a Volkswagen apostou fortemente nos motores a combustão e só recentemente começou a direcionar investimentos para veículos elétricos. Atualmente, menos de um quarto dos veículos produzidos na Alemanha pela Volkswagen é elétrico, e a empresa ainda precisa expandir sua expertise nessa tecnologia.

Altos custos de produção na Alemanha

Outro fator que pesa contra a Volkswagen são os altos custos de produção na Alemanha. O país possui um dos maiores custos de mão de obra na Europa, com uma média de 62 euros por hora, o que contrasta com os 29 euros na Espanha e os 21 euros na República Tcheca, onde algumas fábricas também estão localizadas. A Volkswagen, por atuar no segmento popular, não consegue repassar esses custos aos consumidores da mesma forma que marcas premium, como BMW e Mercedes. Para lidar com essa pressão, a empresa anunciou uma redução de 10% nos salários e um congelamento nos aumentos salariais pelos próximos dois anos.

Além disso, as fábricas alemãs da Volkswagen estão operando abaixo de sua capacidade, o que diminui ainda mais a eficiência. Especialistas afirmam que, para uma fábrica ser viável, é preciso operar com pelo menos 80% de sua capacidade, mas a média da indústria alemã está em cerca de dois terços. A queda nas vendas de carros na Europa e a falta de perspectiva de crescimento sustentado também agravam o problema, tornando inviável manter as operações em várias plantas.

Concorrência acirrada e pressões no mercado europeu

A situação da Volkswagen em crise e fechará fábricas mesmo com faturamento recorde reflete uma transformação global no mercado automotivo, onde as montadoras chinesas vêm ganhando espaço. Com o suporte de subsídios do governo chinês e melhorias contínuas em suas tecnologias, os fabricantes chineses estão conquistando cada vez mais consumidores na Europa. Eles oferecem veículos elétricos com tecnologias avançadas e preços competitivos, o que coloca ainda mais pressão sobre a Volkswagen e outras montadoras europeias.

O cenário atual exige que a Volkswagen corte custos e reveja sua estrutura de produção para enfrentar essa nova fase do mercado automotivo global, onde a eficiência e a inovação são essenciais. Apesar do faturamento recorde, a empresa precisa de uma transformação para competir com força no segmento de elétricos e equilibrar suas operações. O fechamento de fábricas e os cortes de empregos, embora impactantes, são vistos como medidas necessárias para que a Volkswagen possa continuar competitiva em um mercado em constante evolução.

A crise enfrentada pela Volkswagen em crise e fechará fábricas mesmo com faturamento recorde é um sinal das mudanças drásticas no setor automobilístico e da necessidade de adaptação rápida para enfrentar a nova concorrência dos veículos elétricos.

(Fonte: iG)