Viúva perde e disputa por herança da Mega-Sena chega ao fim após de 14 anos
31 de maio de 2021A viúva de Renê Senna foi condenada em 2016 pelo homicídio dele; Disputa judicial pela herança era travada há 14 anos
Adriana foi condenada a 20 anos de prisão e já cumpriu quatro – Foto: Márcio Alves
Depois de 14 anos, a disputa judicial pela fortuna do ex-lavrador Renê Senna, assassinado em 2007, após ganhar na Mega-Sena, chegou ao fim. Em março, a filha do milionário, Renata Senna, foi autorizada pela Justiça a receber metade da bolada — avaliada atualmente em cerca de R$ 120 milhões. A outra parte vai ficar com os irmãos de Renê: no último dia 11, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso da viúva Adriana Ferreira Almeida, condenada em dezembro de 2016 a 20 anos de prisão pelo homicídio, cujo objetivo era validar o testamento que a beneficiava.
A decisão confirma o entendimento da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, que, em 2018, anulou o testamento que dava à viúva direito à metade da fortuna. O Judiciário considerou que o milionário foi manipulado por Adriana, que já teria um plano para matá-lo. O acórdão, assim, reconheceu um testamento anterior, que dava a nove irmãos de Renê o direito à metade de seus bens.
O ex-lavrador foi executado a tiros em 7 de janeiro de 2007 no município de Rio Bonito, na Região Metropolitana fluminense. De acordo com a sentença que a condenou, Adriana encomendou a morte do marido após ele ter dito que iria excluí-la do testamento, pois sabia que estava sendo traído. Hoje, a defesa dos irmãos de Renê aguarda apenas o retorno do processo ao Rio para pedir a retirada da metade da herança.
Para que a fortuna seja dividida, imóveis de Senna já começaram a ser leiloados, por decisão da Justiça. Em meados de março, a Fazenda Nossa Senhora da Conceição, em Rio Bonito, onde Renê passou seus últimos sete meses de vida, foi vendida. A propriedade, de 9,3 quilômetros quadrados, estava abandonada e chegou a ser saqueada.
Abandonada, fazenda de ganhador da Mega-Sena foi leiloada – Foto: Stefano Martini
Pedido para trabalhar negado
Adriana Almeida teve um pedido para trabalhar fora da cadeia negado pela Justiça. A defesa da mulher que ficou conhecida como Viúva da Mega-Sena alegou à Vara de Execuções Penais (VEP) que ela, uma ex-cabeleireira, havia recebido uma proposta para se tornar empregada doméstica.
No entanto, técnicos da VEP checaram o pedido e informaram, em um relatório, que “a proprietária da residência não confirmou a proposta de emprego, declarando que não tem condições financeiras no momento para realizar a contratação de uma empregada doméstica”.
Com base no relatório, a juíza Beatriz de Oliveira Monteiro Marques negou o benefício de trabalho extramuros para Adriana – que conseguiu, em maio do ano passado, progredir do regime fechado para o semiaberto. Pouco tempo depois, a viúva de Renê recebeu autorização para passar o Natal na casa de sua mãe, em Tanguá, na Região Metropolitana do Rio. Ela cumpre pena no Instituto Penal Ismael Pereira Sirieiro, em Niterói (RJ).
Em setembro do ano passado, esgotaram-se todos os recursos possíveis, e Adriana foi condenada definitivamente pelo assassinato de Renê. Ela já cumpriu quatro anos da pena, contando o período em que ficou presa preventivamente, antes da sentença.
Valedoitaúnas/Informações Extra