Foto: Divulgação/Secom/CMSM

“Entre a razão e a paz, eu fico com a paz”. Com a serenidade dessa expressão, o vereador Delermano Suim comunicou aos colegas parlamentares que o Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) havia acabado de decidir uma ação que ameaça o mandato dele. Imediatamente ao comunicado, numa sucessão de apartes, a grande maioria dos vereadores presentes à sessão plenária de segunda-feira (24) manifestou solidariedade ao colega. “O vereador Delermano é uma vítima do partido, uma vítima do sistema. Aconteceu com Delermano e poderia ter acontecido com qualquer um de nós”, afirmou o presidente da Câmara de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, Paulo Fundão, que é advogado.

Ao reiterar que não cometeu qualquer irregularidade, Delermano explicou que, com outros correligionários, deixou o PL para disputar a eleição pelo partido Patriota. Após a eleição com 709 votos, no início do mandato, o parlamentar foi surpreendido com recurso do PSL apontando que o Patriota teria cometido irregularidades para compor a cota de gênero. Com a anulação de todos os votos do Patriota, a defesa de Delermano recorreu ao TRE.

Mesmo com novo revés, Delermano, que é pastor, deixa claro que nada pode abalar a sua paz e a sua reputação. “Muitos não podem andar de cabeça erguida pelas ruas, mas eu posso”, frisou. Ele adiantou que apresentará novo recurso, argumentando que não tem como responder pelos erros cometidos pelo partido ao qual foi eleito, visto que inclusive era recém-filiado à agremiação partidária.

Os vereadores Lailson da Aroeira, Carlinho Simião, Adeci de Sena, Preta do Nascimento, Ciety Cerqueira e Kacio Mendes foram unânimes em apoiar o colega Delermano. Líder do prefeito e vice-presidente da Câmara, Kacio salientou que, apesar das divergências políticas próprias do parlamento, ficou consternado, mas mantém esperança que Delermano possa reverter a situação desfavorável na Justiça Eleitoral.

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O presidente Paulo Fundão foi o mais enfático na defesa de Delermano. Ele explicou que quem estava sendo condenado não era o vereador, mas o partido Patriota, cujos votos acabaram anulados por supostas falhas de seus dirigentes no processo eleitoral. “Com os votos anulados, aquele que teve o mandato parlamentar acaba perdendo o diploma”, acrescentou.

Paulo Fundão alertou que se avizinha um novo processo eleitoral e que todos os candidatos deverão ter cuidados extras com ações a serem tomadas por aqueles que dirigem os partidos. O presidente da Câmara entende que a responsabilidade do erro deveria recair sobre quem efetivamente errou. Paulo Fundão disse que Delermano sempre teve conduta íntegra, ética e honrada, fazendo por merecer concluir o seu mandato de quatro anos.