Foto: Divulgação/Secom/CMSM

Instituição de educação infantil com mais de 50 anos de atividade, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Egidio Bordoni (antiga Escola Nova Esperança) corre risco de fechamento. O alerta foi feito por Jaqueline dos Santos Souza, integrante da Comissão de Pais de Alunos do educandário, ao usar a Tribuna Livre na sessão desta semana da Câmara de São Mateus, no Norte do Espírito Santo. O pronunciamento de Jaqueline causou comoção entre os vereadores e também nas redes sociais do Legislativo Municipal. Os parlamentares manifestaram determinação de interceder para manter a escola em funcionamento na rede estadual.

Jaqueline relatou que o município já foi procurado parar assinar um termo de ajuste de gestão (TAG), para assumir a gestão e a manutenção da Escola Egidio Bordoni. A instituição funciona em área da Associação Nova Esperança, fundada em 1970 pelo casal de missionários católicos italianos Luigia e Egidio Bordoni.

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De acordo com Jaqueline, o prefeito Daniel Santana rejeitou assinar o TAG. Segundo ela, o município não reúne condições de assumir as despesas da escola, que, disse, atende atualmente a 270 estudantes, boa parte da zona sul da cidade de São Mateus, nos bairros Ribeirão, Morada do Ribeirão, São Benedito (Rodocon), Esplanada (Seac) e Nova Era.

A representante do Conselho de Pais afirmou que, por ser uma escola de tempo integral, somente o custo mensal com alimentação fica em torno de R$ 300 mil. E tem ainda o aluguel de espaço, que ficaria em torno de R$ 29 mil. “Imploro, de coração, aos vereadores, para analisem o nosso pedido, e lutem com a gente”, conclamou Jaqueline.

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Ela argumenta que, em vez de fechar por questões burocráticas a tradicional e muito bem avaliada escola, a oportunidade é de ampliá-la, passando a oferecer também vagas para turmas de 6° ao 9º ano do ensino fundamental. Jaqueline enfatizou que a Escola Egidio Bordoni é destaque nas avaliações de desempenho, tendo nota 7,2 no Ideb, com média muito superiora a outras instituições de renome no Estado.

APOIO DOS VEREADORES

Após o relato de Jaqueline dos Santos Souza, que esteve na Câmara a convite da vereadora Ciety Cerqueira, os parlamentares foram unânimes em defender a Escola Egidio Bordoni. A vereadora Preta do Nascimento disse que a filha estudou lá e que o legado de Dona Luigia Bordoni não pode ser perdido.

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Destacando as elevadas notas obtidas pelo educandário e a concorrência em busca de vagas, o vereador Carlinho sugeriu a criação de uma comissão envolvendo prefeito, vereadores, deputados e pais de alunos para audiência com o governador e com o Tribunal de Contas. Os vereadores Delermano Suim, Adeci de Sena e Cristiano Balanga reforçaram o apoio a essa sugestão, expressando que a união é o caminho para evitar o fechamento da escola.

Líder do Prefeito, o vice-presidente Kacio Mendes salientou que confia no diálogo entre os chefes dos governos municipal e estadual para manter a escola aberta. Primeira-secretária da Câmara, a vereadora Ciety Cerqueira salientou que outras escolas, incluindo algumas do campo, estão na mira do TAG defendido pelo Tribunal de Contas. “A municipalização não faz bem”, comentou. Segundo ela, parlamentares petistas das esferas estadual e federal já foram acionados para apoiar a causa.

O presidente da Câmara Municipal, Paulo Fundão, lembrou que o Parlamento Mateense já conta com a Comissão de Educação, que pode atuar para ajudar a demover o secretário estadual de Educação Vitor de Angelo e o Tribunal de Contas do Espírito Santo da decisão de municipalizar a Escola Egidio Bordoni.

Paulo relatou que outros municípios têm conseguido alternativas para manter fora do TAG escolas estaduais importantes. O presidente da Câmara reforçou a orientação para se buscar apoio em peso de deputados estaduais. “Se precisar, vamos também os 11 vereadores lá na Assembleia Legislativa, para que não se fechem nossas escolas”, frisou.

Além de Jaqueline Souza, a mobilização em busca de apoio na Câmara Municipal contou com a participação de outros pais, alunos e ex-alunos da Escola Egidio Bordoni.