Veja o que se sabe sobre desabamento de prédio no Grande Recife
08 de julho de 2023Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos, 20 pessoas foram atingidas. Trabalho de buscas dura mais de 24 horas
Equipe de resgate faz busca por vítimas de desabamento de prédio em Paulista, no Grande Recife – Foto: REUTERS/Anderson Stevens
Parte de um prédio desabou na sexta-feira (7), no bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife. Segundo o Corpo de Bombeiros, o desmoronamento atingiu, ao menos, 20 pessoas: oito delas morreram e três foram internadas em unidades de saúde. Outras seis estão desaparecidas e quatro tiveram ferimentos leves. O trabalho de buscas dura mais de 24 horas.
A estrutura fazia parte do Bloco D7 do Conjunto Beira-Mar, residencial formado por 29 blocos que fica na Rua Dr. Luiz Inácio de Andrade Lima, no bairro do Janga, no município de Paulista, no Grande Recife.
Segundo o Corpo de Bombeiros, uma parte da estrutura, com 16 apartamentos, desmoronou completamente; outra, com 8 unidades, caiu parcialmente.
O prédio, que tem três andares, com quatro habitações em cada pavimento, desabou às 6h07 da sexta (7). O momento exato da queda foi registrado por uma câmera de segurança.
Quem são as pessoas que morreram no acidente?
De acordo com os bombeiros, o desmoronamento atingiu, ao menos, 20 pessoas. Até a última atualização desta reportagem, oito pessoas morreram. São elas:
- Maria da Conceição Mendes da Silva, 43 anos;
- Deivison Soares da Silva, de 19 anos, filho de Maria;
- Deivid Soares da Silva, de 17 anos, filho de Maria;
- Matheus Oliveira de Albuquerque, de 21 anos;
- Um homem de 45 anos de nome não divulgado;
- Um adolescente de 12 anos de nome não informado;
- Um menino de 8 anos, identificado como Pedro;
- Uma menina de 5 anos, identificada como Ester.
Deivison chegou a ser resgatado com vida e levado ao Hospital Miguel Arraes, em Paulista, onde deu entrada com parada cardiorrespiratória. A equipe médica tentou reanimá-lo, mas o paciente não resistiu aos ferimentos.
Quantas pessoas ficaram feridas?
Segundo o Corpo de Bombeiros, três pessoas foram internadas em unidades de saúde após serem resgatadas dos escombros:
- Uma idosa de 65 anos, levada pelos bombeiros ao Hospital Miguel Arraes, em Paulista, foi submetida a exames e transferida para o Hospital Português, no Recife;
- Uma adolescente de 15 anos, encontrada sob os escombros por foi levada pelo Samu ao Hospital da Restauração – segundo a unidade, ela teve fraturas na bacia, passou por exames de imagem e segue em observação com quadro de saúde estável;
- Uma adolescente de 15 anos, levada ao Hospital Miguel Arraes.
Os bombeiros disseram ainda que atenderam mais quatro homens, de 16, 17, 21 e 22 anos, que conseguiram sair do prédio a tempo e tiveram ferimentos leves. Seis pessoas seguiam desaparecidas, até a última atualização desta reportagem.
Por que o prédio foi interditado e ainda tinha moradores?
Segundo a prefeitura de Paulista, o Conjunto Beira-Mar foi interditado por ordem judicial em 2010 e as pessoas que moravam na época deixaram o local. No entanto, em 2012, o residencial voltou a ser ocupado por outras famílias de forma irregular.
Em entrevista à TV Globo, a secretária de Defesa Civil de Paulista, Cíntia Silva, disse que considera a reocupação de prédios interditados uma "questão grave" e que, desde abril, começou um cronograma de vistorias em prédios com risco de desabamento. Após o acidente, a gestão municipal desocupou três prédios próximos ao local.
De acordo com a secretária, só no bairro do Janga, há 32 edificações de modelo "caixão", semelhante ao prédio que desabou no Conjunto Beira-Mar. Em todo o município, mais de 200 prédios desse tipo foram identificados.
Quando foi construído o Conjunto Beira-Mar?
O Conjunto Beira-Mar foi inaugurado em 1982. São 1.711 apartamentos, divididos em 29 blocos, sendo 20 do tipo “caixão” e nove prédios maiores, com estrutura de pilotis, conjunto de colunas que sustentam a construção deixando o pavimento térreo livre.
Em 2004, um dos blocos do conjunto precisou ser desocupado por causa do risco de desabamento. Nove anos depois, um laudo feito a pedido da Justiça confirmou que o Bloco B do residencial tinha que ser demolido.
À época, 10 prédios, com 536 apartamentos, foram interditados. Os moradores deixaram os imóveis por ordem judicial, mas muitos imóveis do habitacional foram reocupados por outras famílias.
(Fonte: g1)