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Unidades demonstrativas vão incentivar irrigação sustentável na cafeicultura do ES

21 de junho de 2024

Unidades demonstrativas vão incentivar irrigação sustentável na cafeicultura do ESFoto: Divulgação

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) vai implantar 30 unidades demonstrativas para a difusão e a transferência de tecnologias voltadas para o manejo sustentável da irrigação na cafeicultura do Espírito Santo. O objetivo é incentivar os produtores a adotarem práticas que promovam o uso racional da água, aumentem a produtividade das lavouras e melhorem a qualidade dos grãos.

Essas unidades serão instaladas como parte do projeto Cafeicultura Sustentável, em propriedades parceiras localizadas em regiões produtoras de cafés conilon e arábica. Segundo o coordenador de Cafeicultura do Incaper, Fabiano Tristão, embora a maioria das áreas cultivadas com conilon no Espírito Santo já utilize irrigação, muitos agricultores ainda não realizam um manejo adequado.

Para enfrentar esse desafio, serão implantadas 26 unidades demonstrativas de manejo sustentável da irrigação, com o objetivo de melhorar a eficiência e racionalizar o uso da água. Nessas unidades, serão empregadas tecnologias avançadas, como sensores de umidade do solo, que permitem monitorar em tempo real o conteúdo de água no solo e ajustar a irrigação conforme necessário.

Nas lavouras de arábica, o cenário é bem diferente: cerca de 99% dos produtores do Estado não utilizam irrigação. O desafio, nesse caso, é demonstrar as vantagens da irrigação para incentivar a adoção dessa prática. As unidades demonstrativas irão promover o uso de sistemas de irrigação localizada por gotejamento, que minimizam a evaporação e o escoamento superficial, garantindo o uso otimizado da água.

Além disso, esses sistemas podem ser automatizados para fornecer a quantidade exata de água necessária em diferentes estágios de desenvolvimento das plantas, o que é crucial para a cultura do café arábica, que tem necessidades hídricas específicas ao longo do seu ciclo de crescimento.

“A aplicação dessa tecnologia contribuirá para que os produtores de arábica alcancem níveis mais altos de produtividade de forma sustentável, utilizando eficientemente os recursos hídricos e buscando uma melhor qualidade dos grãos”, afirma Fabiano Tristão.

O diretor-geral do Incaper, Antonio Elias Souza da Silva, destaca que a iniciativa reforça o compromisso do Instituto com a sustentabilidade e a inovação na cafeicultura capixaba. “Por meio da difusão e transferência dessas tecnologias, queremos ampliar a adoção de uma irrigação mais precisa, inteligente e eficiente nas propriedades, que combine uso consciente dos recursos hídricos com ganhos em qualidade, produtividade e rentabilidade”, frisa.

Cafeicultura Sustentável

O projeto Cafeicultura Sustentável pretende inserir oito mil propriedades do Espírito Santo no processo de adequação de sustentabilidade, até o fim de 2026. Para atingir a meta, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), vai investir quase R$ 5 milhões em ações de extensão rural conduzidas pelo Incaper.

O processo de adequação das propriedades será baseado na aplicação dos Indicadores de Sustentabilidade da Cafeicultura do Espírito Santo. Esses indicadores são distribuídos em itens nos eixos econômico, social e ambiental, que estão alinhados com os principais protocolos de sustentabilidade utilizados no mundo.

Para ampliar a difusão das práticas sustentáveis na cafeicultura, o projeto prevê a implantação de 92 unidades de referência em sustentabilidade; 99 unidades demonstrativas (de irrigação, manejo, microterraceamento, pós-colheita, secagem e jardins clonais); 239 dias de campo, dias especiais ou cursos; e 68 missões técnicas ou participação em feiras.

As ações do Cafeicultura Sustentável são financiadas pelo Programa de Incentivo à Pesquisa, à Extensão, ao Desenvolvimento e à Inovação Agropecuária (Inovagro), fruto de parceria entre a Seag e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). O projeto está inserido no âmbito do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo.



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