Um ano após enchente, moradores e comerciantes do Sul do ES lutam para se reerguer
26 de janeiro de 2021Em 25 de janeiro de 2020, Cachoeiro de Itapemirim foi atingida por uma das maiores enchentes de sua história, que deixou 1.500 pessoas fora de casa e destruiu casas e comércios
Moradores tentando salvar eletrodomésticos – Foto: Reprodução
Em 25 de janeiro de 2020, há um ano, os moradores de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, enfrentavam uma das maiores enchentes já registradas na história do município, que deixou 1.500 pessoas fora de casa.
Um ano depois, boa parte da cidade já se reergueu, mas as marcas da trágica tarde de sábado ainda permanecem em muitas casas, lojas e na memória dos cachoeirenses.
Enquanto o Rio Itapemirim transbordava, chegando a ficar 12 metros acima do nível normal, casas e estabelecimentos foram invadidos pela água. A correnteza chegou forte e em questão de minutos tudo ficou debaixo d'água.
Rio Itapemirim subiu 12 metros acima do normal e invadiu a cidade em janeiro de 2020 – Foto: Reprodução/TV Gazeta
Para quem não conseguiu salvar seus bens antes da chegada da água só restou esperar e quando a água baixou surgiram olhares incrédulos perdidos diante de tantos estragos: restos de móveis, de roupas, de mercadorias e muita lama.
Além dos desabrigados e desalojados, 567 lojas foram afetadas, de acordo com a Associação Comercial de Cachoeiro. O prejuízo total chegou a R$ 120 milhões.
"Quando nós chegamos na loja foram cenas de terror, encontramos tudo de cabeça para baixo, muito lixo, muita lama, perdemos todos os móveis e o prejuízo chegou a R$ 100 mil", lembrou a vendedora Larissa Contarin.
Estragos ficaram espalhados por toda a cidade – Foto: Reprodução/TV Gazeta
As chuvas de janeiro de 2020 atingiu um total de 25 cidades do Sul do Espírito Santo, deixando 10 mortos.
Em Cachoeiro, além dos danos materiais, a população da cidade acompanhou o desfecho de uma triste história, quando o corpo de uma jovem de 19 anos, que havia sido arrastada pela correnteza no Centro da cidade, foi encontrado quatro dias depois na localidade de Luanda, em Itapemirim.
Diante de um cenário de destruição, moradores reuniram forças para seguir em frente. Na casa de Dulcinéia Pereira, todos os móveis e eletrodomésticos, incluindo armários, micro-ondas e fogão, precisaram ser comprados. Ainda assim, ela diz que nada é como antes. "Mas eu e meu esposo ficamos vivos, graças a Deus", disse.
Já o lojista Fernando Leal tentou recuperar o que pôde. Na loja dele, 80% dos bens foram perdidos.
"Ainda estamos reformando, os móveis nem todos a gente conseguiu salvar. Pintamos, acertamos a parte elétrica, os produtos danificados tiveram que ser incinerados", contou.
Cachoeiro foi uma das cidades em que os moradores afetados pelas enchentes foram contemplados com o Cartão Reconstrução, que permitiu a doação de R$ 3 mil para compra de material de construção, eletrodomésticos e móveis.
De acordo com a Prefeitura, até junho do ano passado, mais de 1,6 mil famílias haviam sido cadastradas para receber o benefício, que foi concedido também aos moradores de Alfredo Chaves, Rio Novo do Sul, Vargem Alta, Conceição do Castelo, Iúna, Alegre, Apiacá, Bom Jesus do Norte, Iconha, Castelo, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Domingos Martins, Guaçuí, Ibitirama, Irupi, Jerônimo Monteiro, Marechal Floriano, Mimoso do Sul, Muniz Freire e São José do Calçado.
Moradora mostra a altura em que a água chegou dentro de sua casa – Foto: Reprodução/TV Gazeta
Valedoitaúnas/Informações G1 ES