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Ufes encontra materiais tóxicos e minério nas praias ao norte do Rio Doce, no ES

23 de agosto de 2022

Estudo analisa os impactos do rompimento da barragem de Mariana, em 2015, que despejou 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério no Rio Doce

Ufes encontra materiais tóxicos e minério nas praias ao norte do Rio Doce, no ESEstudo aponta elementos tóxicos e rejeitos de minério nas praias do Rio Doce – Foto: Ufes/Reprodução

Um estudo apontou que as praias ao norte do Rio Doce, no Espírito Santo, apresentam uma quantidade anormal e tóxica de elementos químicos, como alumínio, cromo, manganês e níquel, além de um nível de 80% de lama de rejeitos minerais.

“O resultado que encontramos até agora é uma alta concentração de rejeitos da lama na desembocadura e ao longo da zona submersa das praias ao norte, como Degredo, Pontal do Ipiranga (em Linhares), São Mateus e Guriri”, afirma a professora do Departamento de Oceanografia da Ufes e coordenadora do tema praia, Jacqueline Albino.

Ela explica, ainda, que as correntes marítimas arrastam a lama, o que contribui para a maior concentração de rejeitos nesses locais.

O pesquisador em pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Ambiental da Ufes Luiz Sielski, que também fez parte do estudo, afirma que foi uma surpresa encontrar altos níveis de rejeitos de lama na zona submersa da praia, abaixo do nível médio do mar.

No entanto, ele explica que ainda é um desafio distinguir o que já existia nas praias em função da atividade de mineração na Bacia do Rio Doce e o que é consequência do rejeito que desceu com o desmoronamento da barragem da Samarco, controlada pelas empresas Vale e BHP Billiton, em Minas Gerais.

“Devido às características climáticas da região, temos um mar muito agitado pela ação de ondas em boa parte do ano, o que não favorece o acúmulo de rejeitos. Material fino se deposita em região calma, como manguezais, lagoas e ambientes com baixa agitação. Encontramos (nas praias próximas à desembocadura do Rio Doce) uma quantidade grande depositada entre 5 e 10 metros de profundidade e com valores de elementos químicos altos. Mas, como não temos valores anteriores ao rompimento, não é uma tarefa fácil ligar isso diretamente ao rompimento da barragem”, afirma.

Valedoitaúnas



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