Teremos mais trocas, diz Bolsonaro sobre mudanças no governo
20 de fevereiro de 2021Em cerimônia de alunos que ingressam no Exército, presidente comentou troca de comando na Petrobras anunciada na sexta (19)
O presidente Jair Bolsonaro em evento em Campinas (SP)- Foto: Isac Nóbrega/PR
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã deste sábado (20) que fará mais trocas no governo nas próximas semanas. A declaração ocorreu durante participação na cerimônia de entrada dos novos alunos para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas, interior de São Paulo. Ele estava acompanhado dos ministros do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, o general Augusto Heleno, do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e do ministro-chefe, Luiz Eduardo Ramos Batista.
Bolsonaro fez a declaração um dia após anunciar a troca do comando na Petrobras. Em nota divulgada em rede social, o mandatário informou que Roberto Castello Branco seria substituído pelo general Joaquim Silva e Luna, ex-diretor geral da usina Itaipu Binacional. "Problemas hoje tenho e temos que decidir. Pior do que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Tenho que governar, trocar as peças que por ventura não estão dando certo", disse.
"Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, na semana que vem teremos mais trocas. O que não me falta coragem para decidir pensando no bem maior da nossa nação", disse. "O mis fácil é se acomodar e se aproximar daqueles que não tem compromisso com a sua pátria e assim usufruir de benesses. Da nossa parte, da minha equipe de ministros isso não ocorrerá".
A solenidade teve como objetivo formalizar a matrícula dos alunos cadetes no Exército. O ingresso é feito por meio de um concurso para jovens do sexo masculino e feminino. São cerca de 419 alunos que participam do desfile. Os alunos receberão uma boina simbolizando o início das carreiras no Exército Brasileiro.
Troca de comando
A indicação do nome de Silva e Luna precisa, no entanto, ter aprovação do conselho de administração da Petrobras. Bolsonaro não tem poder formal para demitir Castello Branco. A decisão cabe ao conselho, formado por membros indicados pelo governo, mas que atuam com independência. O conselho deve se reunir na terça-feira (23) e deve discutir a troca.
Com os seguidos aumentos no preço dos combustíveis, Bolsonaro já havia demonstrado insatisfação com o comando da Petrobras. Nesta sexta, durante visita à cidade de Sertânia, em Pernambuco, ele reafirmou que faria "mudanças" na Petrobras após mais um reajuste no preço dos combustíveis, anunciado pela estatal nesta quinta-feira (18).
"Jamais vamos interferir nesta grande empresa e na sua política de preços, mas o povo não pode ser surpreendido com certos reajustes", disse. Durante a visita ele ainda mandou um recado: "exijo e cobro transparência de todos aqueles que eu tive a responsabilidade de indicar".
Algumas horas antes, em uma live para eleitores nesta quinta-feira (18), o presidente também falou de fazer trocas na empresa. A fala gerou uma reação negativa do mercado, e a empresa teve queda de até 7,92% de suas ações na sexta.
Currículo Silva e Luna
Silva e Luna é general de Exército da reserva e foi ministro da Defesa do governo Michel Temer. Ele foi o primeiro militar a ocupar o Ministério da Defesa desde a sua criação em 1999 e, agora, também marca a volta de um ex-ocupante das Forças Armadas no comando da Petrobras.
O general incorporou-se ao Exército em 10 de fevereiro de 1969, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Foi declarado aspirante-a-oficial de Engenharia em 16 de dezembro de 1972.
Ele possui pós-graduação em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército e em Projetos e Análise de Sistemas. Também fez Mestrado em Operações Militares e Doutorado em Ciências Militares. Em 2015, o general foi nomeado como novo secretário-geral do Ministério da Defesa. Em janeiro de 2019, foi nomeado pelo presidente Bolsonaro como o diretor-geral da Usina Itaipu Binacional.
Valedoitaúnas/Informações R7