Suspeito de triplo homicídio faz mais um roubo em chácara, assistiu ao jornal, comentou sobre crime e foge
11 de junho de 2021Lázaro Barbosa de Souza, de 33 anos, entrou na chácara por volta das 11h desta quinta-feira (10). Segundo polícia, ele rendeu o caseiro, o dono da casa, e a filha dele que foi obrigada a cozinhar para o criminoso
Polícia Civil procura Lázaro Barbosa de Souza, suspeito de matar família, em Ceilândia, no DF, e sequestrar mulher, que segue desaparecida – Foto: Polícia Civil do DF/Reprodução
Um homem suspeito de cometer um triplo homicídio na região do Inca 9, em Ceilândia, no Distrito Federal, na quarta-feira (9), roubou em uma chácara perto da região onde praticou a chacina, nesta quinta-feira (10). Segundo a Polícia Militar, Lázaro Barbosa de Souza, de 33 anos, rendeu o caseiro, o dono da chácara e a filha dele.
"Ele fez ela fazer almoço, assistiu ao jornal na TV, comentou sobre o assassinato de depois fugiu", contou a PM, a partir das informações repassadas pelas vítimas.
Segundo os militares, Lázaro estava vestindo uma calça preta, um moletom preto e um chapéu de aba larga, "tipo de pescador", e passou cerca de quatro horas no local. "Chegou perto das 11h e saiu por volta das 15h", disseram os policiais.
Na quarta-feira (9), o homem invadiu a casa da família Vidal, por volta das 2h da madrugada. Ele é o principal suspeito de ter matado Cláudio Vidal, de 48 anos, e os dois filhos, Gustavo Vidal, de 21, e Carlos Eduardo Vidal, de 15. Os três foram encontrados com marcas de tiros e facadas.
A esposa de Cláudio, e mãe dos dois jovens, Cleonice Marques de Andrade, de 43 anos, não foi encontrada em casa. Até a noite desta quinta-feira (10), ela continuava desaparecida.
Cleonice Marques de Andrade, de 43 anos, está desaparecida – Foto: TV Globo/Reprodução
A mulher (veja foto acima) chegou a mandar um áudio para a família falando que tinha gente tentando invadir a casa. Quando o irmão dela chegou, cerca de 10 minutos depois, Cláudio ainda respirava e os dois filhos do casal já estavam mortos.
O celular de Cleonice, assim como dinheiro não foram levados. Para a polícia, ela foi sequestrada.
Regina Andrade, agricultora e irmã de Cleonice que, segundo a polícia, foi sequestrada por Lázaro e que está desaparecida – Foto: TV Globo/Reprodução
A irmã dela, Regina Andrade, que é agricultora, disse que tem esperanças de encontrar Clarice. Segundo ela, ao todo, são 14 irmãos que estão percorrendo, a pé, toda a região atrás de pistas.
"Já andamos a pé isso aqui tudo, já reviramos. A gente quer ela, viva ou morta. A gente precisa dela", disse a irmã.
'Psicopata e imprevisível'
Chácara onde ocorreu o triplo homicídio, no Incra 9, em Ceilândia, no DF – Foto: TV Globo/Reprodução
Fontes afirmaram que Lázaro é um "mateiro experiente", que anda e dorme pelas matas. O suspeito trabalha como carroceiro e, segundo investigadores, anda sempre sozinho.
"O comportamento apresentado é de um psicopata", dizem os policiais. Além disso, Lázaro age de forma "imprevisível", contam os investigadores.
"Às vezes ele rouba e é educado. Outras vezes rouba, mata e estupra", revelou um policial.
Buscas continuam
Policias do DF e GO fazem buscas usando cães farejadores para localizar Cleonice e Lázaro – Foto: TV Globo/Reprodução
As buscas por Cleonice e por Lázaro estão sendo feitas pela Polícia Militar do DF e pela Polícia Militar de Goiás, além da Polícias Civil do DF e do Entorno. Cães farejadores e drones são usados para tentar localizar a vítima.
Em 26 de abril, Lazaro teria invadido uma casa no Sol Nascente. "Ele arrombou a porta da casa, trancou pai e filho no quarto e levou a mulher para o matagal, onde estuprou a vítima", diz a polícia.
Lázaro é investigado desde 2019 por crimes no DF, mas também é foragido por um homicídio praticado na Bahia. Ele também é suspeito de assaltos em outras chácaras no DF e em Goiás.
Em 17 de maio deste ano, segundo a polícia, ele fez uma família refém na mesma região onde houve o triplo homicídio, também ameaçando as vítimas com faca e arma de fogo. Nesse crime, ele mandou as pessoas ficarem nuas.
"Ele prendeu os homens no quarto e as mulheres ficaram servindo jantar para ele. Ficaram subjugadas em poder dele das 19h até meia-noite", disse o delegado Raphael Seixas em entrevista coletiva na quarta-feira (9).
Valedoitaúnas/Informações G1