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Solidão pode alterar proteínas que desencadeiam doenças, diz estudo

08 de janeiro de 2025

Estudo encontra níveis mais altos de certas proteínas em pessoas que relataram isolamento social ou solidão

Solidão pode alterar proteínas que desencadeiam doenças, diz estudoFoto: Pixabay

Não é de hoje que a medicina aponta para os riscos aumentados de morte precoce e de doenças crônicas em pessoas que têm pouca ou nenhuma interação social regular. No entanto, se desconhecia o que acontecia no corpo de indivíduos solitários para aumentar o risco de ter alguma doença.

Um estudo publicado na Nature Human Behavior na última sexta-feira (3), porém, parece ter encontrado uma pista. A pesquisa chefiada por médicos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade de Fudan, na China, aponta que estar perto de muitas pessoas fortalece o sistema imunológico e reduz o risco de doenças.

A investigação revelou que a conexão entre solidão e saúde debilitada está ligada a alterações nos níveis de proteínas no sangue. Foram feitos exames em cerca de 42 mil adultos e identificadas 175 proteínas mais abundantes nos testes daqueles que se identificavam como pessoas isoladas socialmente.

Essas proteínas são produzidas em resposta à inflamação, infecção viral e como parte de nossas respostas imunológicas, além de terem sido associadas a doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, derrame e morte precoce.

“As proteínas que identificamos nos dão pistas sobre a biologia que sustenta a saúde precária entre pessoas socialmente isoladas ou solitárias, destacando por que os relacionamentos sociais desempenham um papel tão importante em nos manter saudáveis”, afirmou o professor Jianfeng Feng, um dos participantes da investigação, em comunicado à imprensa.

Proteínas associadas à solidão

Uma das proteínas produzidas em níveis mais altos como resultado da solidão foi a ADM. Ela regula o estresse e restringe a produção de hormônios sociais, como a oxitocina, que gera sensações de prazer e euforia. Altos níveis dessa proteína foram relacionados a alterações no cérebro, como a redução do volume de algumas regiões do órgão, como o caudado esquerdo, área fundamental para o processamento emocional.

Outra proteína, a ASGR1, foi vinculada ao risco elevado de doenças cardiovasculares e identificada na maioria das pessoas que afirmaram se sentir solitárias.

A professora Barbara Sahakian, uma das autoras, reforçou a necessidade de iniciativas que promovam conexões sociais para manter a população saudável. “Mais e mais indivíduos de todas as idades estão relatando se sentir solitários. Precisamos encontrar maneiras de combater esse problema crescente e manter as pessoas conectadas para ajudá-las a continuar saudáveis”, concluiu ela.

(Fonte: Metrópoles)



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