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Soldado que matou próprio pai por não concordar com namoro é expulso da PM

05 de maio de 2020

Aurélio matou o pai porque homem não concordava com namoro dele com uma adolescente de 14 anos. Ele enrolou corpo e jogou de um barranco em Magé

Soldado que matou próprio pai por não concordar com namoro é expulso da PMMarco Aurélio foi preso no Ceará – Foto: Divulgação

A Polícia Militar do Rio expulsou das suas fileiras o soldado Marco Aurélio da Silva Henrique, acusado de ter matado o próprio pai, em agosto de 2014, por ele não concordar com seu namoro com uma adolescente.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o PM – lotado à época na UPP Arará/Mandela – matou o pai, Manuel Henrique Pequeno Filho, de 54 anos, com dois tiros, enrolou o corpo numa rede e jogou num barranco na Estrada da Serra Velha, em Piabetá, distrito de Magé, na Baixada Fluminense.

O pai não aceitava que o soldado namorasse a adolescente – que ele havia conhecido de serviço na favela da Zona Norte do Rio onde trabalhava. O PM acabou sendo preso duas semanas depois do crime em Guaraciaba do Norte, no interior do Ceará, para onde fugiu após o homicídio.

O agora ex-soldado também responde na Justiça por ser o responsável da milícia que domina Rio das Pedras por extorquir funcionários de uma loja de departamento situada na favela. Na época, as cobranças, que aconteceram um mês antes do homicídio, foram denunciadas à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco). Em depoimento, a adolescente que namorava o ex-policial confirmou as extorsões e confirmou que foi à loja com o então namorado fazer as cobranças.

De acordo com a decisão que expulsou Marco Aurélio da PM, o ex-praça "envolveu-se em episódios que demonstram o descompromisso com a verdade, a boa-fé e a lealdade não só aos princípios norteadores da Administração Pública e as normas de conduta e ética, exigidas a qualquer servidor do Estado, como também, aos valores que devem apregoados por qualquer cidadão integro e possuidor de bons sentimentos".

Nos dois processos a que Marco Aurélio responde, sua defesa pediu que ele fosse submetido a uma avaliação psiquiátrica, alegando que o ex-PM não tinha consciência de que estava cometendo os crimes. No caso da extorsão, o processo foi suspenso porque um laudo elaborado por psiquiatras do Hospital de Custódia Heitor Carrilho, em setembro de 2015, concluiu que Marco Aurélio "apresenta superveniência de doença mental com diagnóstico positivo para Esquizofrenia paranóide".

Já no processo a que responde pelo homicídio do pai, um novo laudo, produzido em 2018, concluiu que Marco Aurélio era, na época do homicídio, "inteiramente capaz de entender seu caráter delituoso, assim como de se determinar de acordo com o correto entendimento dos fatos". Após o exame, o juiz Felipe Carvalho Gonçalves da Silva, da Vara Criminal de Magé, determinou que Marco Aurélio seja levado à júri popular. O julgamento está previsto para setembro deste ano.

Valedoitaúnas/Informações iG



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