Sócio paga R$ 5 mil para mandar matar empresário por causa de dívida e é preso no ES
07 de março de 2024Polícia Civil concluiu que o mandante premeditou o crime e contratou o executor para trabalhar numa obra 2 dias antes e arrumar uma briga com a vítima, para criar uma possível motivação do assassinato. Elissandro Lopes Siqueira foi morto a tiros em janeiro deste ano
Elissandro Lopes Siqueira, de 41 anos, morreu após ser baleado por ex-funcionário, em Ibiraçu, Espírito Santo – Foto: Redes sociais
A Polícia Civil do Espírito Santo prendeu dois homens envolvidos na morte do empresário Elissandro Lopes Siqueira, de 41 anos, morto a tiros em janeiro em Ibiraçu, no Norte do Espírito Santo. Segundo a polícia, o mandante era sócio da vítima, e pagou R$ 5 mil para o executor de 18 anos forjar uma briga e depois matar o empresário. Ainda de acordo com a polícia, a motivação seria porque Elissandro devia R$ 100 mil ao sócio.
A princípio, o sócio chegou a criar uma narrativa para que a suspeita caísse sobre o executor como se um funcionário tivesse atirado e matado o patrão após uma discussão. Mas a investigação apontou que o crime foi premeditado.
"No desenrolar das investigações, chegou a conclusão de que o executor foi contratado pelo sócio do empresário, que pagou R$ 5 mil para que acontecesse o homicídio, um crime vil, de mando, pago uma quantia dessa para tirar a vida de um jovem empresário de 41 anos", comentou o secretário estadual de Segurança Pública, Eugênio Ricas.
Logo depois da morte, o executor fugiu para Minas Gerais e foi preso em Governador Valadares na noite de terça-feira (5). Já o empresário e mandante do crime foi preso em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, uma semana atrás. O sócio estava escondido na casa da namorada.
A polícia não divulgou os nomes dos mandantes nem executor do crime. Elissandro era empresário no ramo da construção. Ele levou três tiros no dia 19 de janeiro e chegou a ser socorrido e deu entrada no pronto-socorro do município, mas não respondeu às tentativas de reanimação da equipe médica e morreu.
Durante a coletiva, as polícias Civil e Militar deram detalhes de como o crime foi planejado.
"O crime foi tão premeditado que ele já queria matar o sócio. Ele provocou uma situação para que o executor entrasse numa briga e criasse um álibi para que todos pensassem que o homicídio teria ocorrido entre uma discussão de patrão e empregado. O mandante contratou o executor dois dias antes da morte para que ele trabalhasse na obra para criar esse problema. Depois que aconteceu essa discussão, o executor foi para casa dele e o empresário foi até lá, levou o executor no seu próprio carro e deu a arma. Depois, o executor fugiu de moto. Ele premeditou todos os passos", contou o delegado.
O delegado explicou ainda que o mandante conhecia o executor há cerca de dez anos, desde a infância.
"Para ele, era uma questão de honra, porque a vítima cresceu no negócio com a ajuda dele", relatou o delegado.
A Polícia também teve acesso a um áudio em que o mandante fala que vai pagar a quantia combinada ao executar após o assassinato de Elissandro.
Prisão dos envolvidos
Uma semana antes do crime, no dia 19 de janeiro de 2024, o executor do crime chegou a ser preso pela Polícia Militar com uma moto roubada, arma e drogas, mas foi solto em uma audiência de custódia. Sobre o crime mais recente, o delegado disse:
"O executor matou e fugiu e nós passamos a monitorar a partir das câmeras do cerco eletrônico. O sócio da vítima teria contratado o executor para que ele matasse o empresário porque havia uma dívida entre os dois, uma dívida de R$ 100 mil. Ele pagou R$ 3 mil e depois deu mais R$ 2 mil. A dívida seria de três obras que estariam em atraso", comentou o delegado Rodrigo Peçanha.
Segundo Arruda, o empresário vai responder como autor do crime, mesmo não estando na hora do assassinato. Os dois vão responder por homicídio qualificado.
(Fonte: g1 ES)