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Sociedade de Cardiologia muda diretriz do diagnóstico de pressão alta

12 de abril de 2024

Sociedade Brasileira de Cardiologia publicou orientações sobre procedimentos necessários para estabelecer diagnóstico de hipertensão

Sociedade de Cardiologia muda diretriz do diagnóstico de pressão altaFoto: Getty Images

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou, nesta sexta-feira (12), novas diretrizes para o diagnóstico da hipertensão. A principal recomendação é que os médicos não usem apenas a medição feita no consultório para definir se um paciente é hipertenso, mas avaliem também as medições feitas longe do ambiente hospitalar.

Para algumas pessoas, estar diante de um médico pode ser um momento tenso. A expectativa por resultados de exames é um fator de estresse, que pode causar alterações no ritmo cardíaco e na pressão arterial dentro do consultório. Esta situação, conhecida como hipertensão do avental branco (HAB), pode levar a diagnósticos errados e uso desnecessário de medicações.

O documento publicado nesta sexta aponta que o diagnóstico final deve se basear também no exame de monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa) ou na monitorização residencial da pressão arterial (MRPA).

“Estamos destacando a importância de medir a pressão fora do consultório, quer seja pelo Mapa ou por MRPA. Estudos mostram que a melhor medida não é a feita em consultório, pelo médico, porque ela pode levar à reação de alarme do paciente, resultando em um diagnóstico de hipertensão irreal”, afirma o médico Audes Feitosa, coordenador da diretriz e membro do Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

O documento resultou do trabalho de 67 cardiologistas que são referência no país. As conclusões foram apresentadas, nesta sexta-feira, em encontro da área que está sendo realizado em São Paulo.

A hipertensão, também chamada de pressão alta, é um dos principais fatores de risco para a doença arterial coronária, o acidente vascular cerebral (AVC) e a insuficiência renal.

Estima-se que aproximadamente um quinto da população brasileira (24%) seja hipertensa. A prevalência é maior entre as mulheres (26,4%) em relação aos homens (21%), segundo dados do relatório Estatística Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2023.

Ao fazer um recorte da prevalência por faixa etária, observou-se que 61% dos idosos convivem com hipertensão. Por outro lado, apenas 10% das crianças e adolescentes são diagnosticados com a doença.

Monitoramento da pressão arterial em casa

O Mapa é um exame com duração de 24 horas que faz a medição automática da pressão arterial do paciente ao longo do dia. Ele é feito por meio de um dispositivo colocado na cintura, conectado por um tubo de plástico fino a uma braçadeira.

Já no MRPA, o próprio paciente faz as medições da pressão arterial em casa, de manhã e à noite, durante cinco dias, com um aparelho de pressão automático fornecido pelo médico.

A utilização destas técnicas e equipamentos auxilia na elaboração de um diagnóstico mais detalhado e assertivo, detectando variações comuns como a hipertensão do avental branco (HAB), hipertensão mascarada (HM), alterações da pressão arterial no sono e hipertensão arterial resistente (HAR), condições que não são detectadas com acompanhamento restrito aos consultórios.

Embora o novo modelo pareça mais complicado ou custoso à primeira vista, Feitosa ressalta que estudos do mundo inteiro mostram os benefícios de aferir a pressão arterial do paciente fora do consultório, com melhor custo benefício e efetividade a longo prazo.

“Sai mais barato fazer o Mapa ou o MRPA do que fazer um tratamento equivocado, que leva o paciente a ter efeitos colaterais de uma medicação desnecessária, sem ter benefícios do tratamento”, explica o médico.

Novo parâmetro para hipertensão

Os autores das diretrizes também redefiniram o valor de referência da pressão arterial no exame MRPA para diagnosticar uma pessoa com hipertensão. O valor mínimo considerado alterado caiu de 135 por 85 mmHg para 130 por 80 mmHg, a mesma do Mapa.

O valor de referência da medida em consultório continua a mesma, classificando 140 por 90 mmHg, ou “14 por 9” como hipertensão de estágio 1.

(Fonte: Metrópoles)



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