Setor elétrico começa a se recuperar da seca e conta de luz deve ficar mais barata em 2025
16 de dezembro de 2024A expectativa é de que a conta de luz fique mais barata na maior parte do ano
Hidrelétrica de Santo Antônio no Rio Madeira, em Porto Velho (RO). As previsões climáticas para 2025 indicam chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste – Foto: Divulgação
O setor elétrico brasileiro está projetando uma recuperação após a seca histórica registrada em 2024. De acordo com especialistas, em entrevista ao Portal G1, o retorno do período chuvoso e a previsão de um clima mais ameno para 2025 deverão aliviar a pressão sobre os reservatórios e reduzir custos com geração de energia.
A expectativa é de que a conta de luz fique mais barata na maior parte do ano, sem a aplicação de taxas extras, como as bandeiras tarifárias amarela e vermelha.
A diretora de Regulação e Estudos de Mercado da consultoria Thymos Energia, Mayra Guimarães, destacou que “a nossa expectativa é de bandeira verde o ano todo, com exceção de agosto e setembro, que vai para a amarela. Tirando esses dois meses, é um ano que, por enquanto, está mostrando bandeira verde em todos os períodos”.
Essa projeção reflete a menor necessidade de acionar usinas termelétricas, que têm custos mais elevados e são acionadas em períodos de alta demanda ou baixa disponibilidade de energia hídrica.
As previsões climáticas para 2025 indicam chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste, favorecidas pelo fenômeno La Niña, que deve ocorrer com baixa intensidade.
Em contrapartida, o Sul do país deve registrar chuvas abaixo da média, embora sem risco de seca. A recuperação dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) deverá ser impulsionada pelas chuvas do final de 2024, que já começaram a elevar os níveis de armazenamento.
No ano anterior, a escassez hídrica crítica levou a Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) a flexibilizar as vazões das hidrelétricas de Jirau e Belo Monte, permitindo a geração contínua de energia durante o período seco.
As bacias dos rios Paraguai, Madeira, Purus, Tapajós e Xingu foram especialmente afetadas, com impactos severos na geração de energia e no abastecimento.
Redução no consumo de energia
Com o clima mais ameno previsto para o próximo ano, espera-se uma redução no consumo de energia em aparelhos como ar-condicionado, além de menor perda de água por evaporação nas hidrelétricas.
O movimento de recuperação deve beneficiar diretamente grandes usinas como Belo Monte, Santo Antônio e Jirau, possibilitando maior estabilidade na geração e refletindo em uma conta de luz mais barata para os consumidores.
(Fonte: iG)