Home - Política - Senado aprova aumento no número de deputados federais de 513...

Senado aprova aumento no número de deputados federais de 513 para 531

26 de junho de 2025

Texto amplia vagas na Câmara de 513 para 531 e volta à Casa

Senado aprova aumento no número de deputados federaisA votação no Senado foi apertada: 41 votos favoráveis e 33 contrários – Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (25), o projeto de lei complementar que amplia de 513 para 531 o número de deputados federais.

A proposta havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados no dia 6 de maio e agora retornará à Casa de origem para nova análise, após modificações feitas pelos senadores.

O projeto, de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ), cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal, que estabeleceu prazo até 30 de junho para que o Congresso revisasse a distribuição das cadeiras da Câmara com base nos dados do Censo Demográfico de 2022.

Em caso de descumprimento, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ficaria responsável por definir a nova composição até 1º de outubro.

A votação no Senado foi apertada: 41 votos favoráveis e 33 contrários. O texto teve urgência aprovada em 18 de junho, o que permitiu sua apreciação direta no plenário, sem passar pelas comissões. A relatoria ficou a cargo do senador Marcelo Castro (MDB-PI).

O projeto

A proposta altera a distribuição de cadeiras na Câmara sem reduzir a representação de nenhum estado. Ao todo, nove estados ganharão novas vagas: Pará e Santa Catarina terão quatro a mais cada; Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte receberão duas; Ceará, Goiás, Minas Gerais e Paraná terão um acréscimo de uma cadeira cada.

O objetivo da medida é ajustar a representação proporcional à população, conforme prevê o artigo 45 da Constituição, respeitando os limites mínimos e máximos por unidade federativa.

Com o texto aprovado, estados que perderiam cadeiras, como Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul, permanecerão com suas bancadas atuais.

O impacto orçamentário gerou divergência

A Câmara estima aumento de R$ 64,6 milhões por ano com salários, estrutura e benefícios dos novos parlamentares. Já o Senado projeta que o custo pode chegar a R$ 150 milhões, ao considerar o efeito proporcional nas assembleias legislativas estaduais.

Para limitar os custos, uma emenda do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), parcialmente acolhida por Marcelo Castro, impede aumento real das despesas da Câmara. Ficou autorizada apenas a correção monetária de verbas parlamentares com base nos valores de 2025.

A proposta foi defendida pelo relator na Câmara, deputado Damião Feliciano (União-PB), que argumentou que a redistribuição corrige distorções e acompanha o crescimento populacional superior a 40% nas últimas quatro décadas.

Parlamentares contrários, como os senadores Fabiano Contarato (PT-ES), Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE), criticaram o aumento de gastos públicos e a medida em um momento de crise fiscal.

Girão defendeu a redução do número de deputados para 300 e classificou a proposta como “tapa na cara da sociedade”.

Com a nova composição aprovada no Senado, a proposta volta à Câmara para que as mudanças feitas sejam validadas antes de seguir à sanção presidencial.

(Fonte: iG)



banner
banner