Semente de mil anos encontrada em caverna pode ser de árvore bíblica lendária
20 de setembro de 2024Árvore de semente encontrada em caverna pode ser da família das que dão mirra e incenso
Semente tem mil anos, foi encontrada nos anos 1980 e plantada em 2010; ainda não é possível determinar espécie – Foto: Guy Eisner/Divulgação
A árvore que cresceu de uma semente misteriosa encontrada em uma caverna do deserto pode esconder um tesouro. A planta pode ser fonte do tsori, espécie de bálsamo médico que aparece na bíblia. Outro nome é bálsamo de Gileade.
Datações de carbono descobriram que a semente, encontrada em uma caverna no deserto da Judéia, data entre 993 e 1202 D.C. Ela tem, então, cerca de 1 mil anos, mas germinou mesmo assim.
A árvore, na verdade, foi plantada em 2010 – porém, os estudos só saíram agora. Os cientistas responsáveis passaram esses anos desenvolvendo estudos para entender melhor sobre qual árvore estavam falando.
Planta não identificada
A árvore está ainda em um vaso e foi identificada como pertencente à espécie de Commiphora, mesma família que dá origem ao olíbano (espécie de incenso) e mirra.
Embora haja diversos estudos, a planta não foi identificada com certeza. Mais informações devem ser descobertas após a primeira floração – que só deve acontecer depois dela passar para o solo.
A diretora do Centro de Pesquisas de Medicina Natural Louis Borick, doutora Sarah Sallon, trabalha em Jerusalém e foi responsável por encontrar a semente arquivada no Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém. Ela foi armazenada durante os anos 1980 pelo professor Joseph Patrich, que a encontrou em escavação.
A professora encontrou, anteriormente, outros arquivos de semente. Essas, porém, tinham quase 2 mil anos! Depois de plantadas, chegaram a germinar. A primeira muda recebeu o nome de Matusalém – figura bíblica que morreu com 969 anos.
Como foi a plantação?
Doutora Elaine Solowey, diretora do centro de Agricultura Sustentável do Instituto Arava, em Israel, foi responsável pela germinação em ambas as vezes. A planta de Commiphora foi plantada em 2010 e germinou cinco semanas depois. Assim que desenvolveu o súber (a “casca”), a árvore começou a produzir resina.
Diversos experts em plantas, genoma, DNA, arqueólogos e historiadores compuseram, então, um time de pesquisadores do mundo todo para entender melhor a árvore.
Agora, a equipe espera para ver se a árvore vai produzir algum tipo de aroma. Dependendo disso, há possibilidade de ser a árvore que produzia bálsamo da Judeia, uma planta que não existe mais. Porém, estudos não apontam para essa direção.
A planta, porém, apresenta fortes poderes curativos e podem estar associados ao tsori. Estudos mostram que ela tem compostos associais a anti-inflamatórios, anti-bactericidas, anti-virais e atividades anti-tumores.
(Fone: iG)