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Sem ponte, moradores improvisam gaiola e se arriscam para atravessar córrego

16 de novembro de 2021

Tudo que os moradores precisam para viver está na cidade, como comércios, hospitais e escolas. A prefeitura disse que vai construir uma ponte até o final da atual gestão

Sem ponte, moradores improvisam gaiola e se arriscam para atravessar córregoMoradores improvisam gaiola e se arriscam para atravessar rio – Foto: Reprodução

A população do Vão do Meloso construiu uma gaiola, parecida com um teleférico, para atravessar o córrego do Marreco, que separa o povoado da cidade de Niquelândia, no norte de Goiás. Moradores disseram que nunca tiveram uma ponte.

Mas com os riscos de atravessar o córrego sem segurança, os moradores compraram uma ponte em 2015, após juntarem R$ 23 mil. De acordo com eles, a promessa da prefeitura, na época, era fazer a instalação, mas isso nunca aconteceu.

A Prefeitura de Niquelândia informou, em nota, nesta segunda-feira (16), que enviou técnicos da Secretaria de Viação e Obras para fazer levantamento do custo para a construção de uma ponte.

Sem ponte, moradores improvisam gaiola e se arriscam para atravessar córregoMorador atravessa sobre rio em gaiola – Foto: TV Anhanguera

"O projeto foi feito. Estamos aguardando agora, a parte orçamentária para a execução desta obra. Ressaltando que se trata de uma obra de alto custo. Isso é um compromisso do prefeito, e está em nosso plano de governo construir essa ponte, ainda dentro deste mandato", diz a nota.

A gaiola foi comprada no ano passado, novamente, pelos próprios moradores. Ela funciona assim: uma pessoa vai soltando a corda enquanto a gaiola vai descendo com moradores dentro. Além de pessoas, ela também leva mantimentos, ferramentas de trabalho e até duas motos.

Sem ponte, moradores improvisam gaiola e se arriscam para atravessar córregoMoradores atravessam na gaiola com duas motos – Foto: Reprodução

Tudo que os moradores precisam para viver está na cidade, como comércios, hospitais e escolas, só que para chegar lá depende do volume de água do rio. Quando está baixo, os moradores atravessam de caminhonete, cavalo ou andando mesmo. Mas quando chove, o nível sobe e é preciso usar a gaiola.

A dona de casa Abadia Cosme e o marido, Rosalindo, moram no povoado há 40 anos. Ela conta que sempre que chega o período chuvoso, o casal estoca mantimentos por causa da dificuldade de chegar a cidade.

Sem ponte, moradores improvisam gaiola e se arriscam para atravessar córregoMoradores de povoado atravessam córrego até a cavalo em Niquelândia, Goiás – Foto: TV Anhanguera

“A gente passa cerca de 60 dias sem ir a Niquelândia porque de carro é difícil. O rio enche e fica difícil de a gente passar. Por isso, compro uma grande quantia para passar os dois meses ou mais”, disse Abadia Comes.

O serralheiro Vilmar Souza cortou a mão nos últimos dias e além de percorrer 80 km para chegar ao hospital, teve que atravessar o rio caminhando. “Dei uma sorte grande porque o rio estava vazio", contou.

Valedoitaúnas (g1)



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