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Sem "pequenininhas", crédito fica concentrado entre as grandes empresas na crise

26 de maio de 2020

Segundo dados do BC, companhias que faturam mais de R$ 500 milhões por ano responderam por 58% das operações nos últimos dois meses

Sem Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, revelou números que mostram dificuldade de pequenas empresas na obtenção de crédito – Foto: Pedro França/Agência Senado

Mais da metade do crédito concedido por instituições financeiras nos últimos dois meses foi contratado por grandes empresas. Segundo dados apresentados pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, companhias com faturamento anual acima de R$ 500 milhões responderam por 58% das operações registradas entre 15 de março e 16 de maio, que somaram R$ 441,7 bilhões.

O balanço foi divulgado por Campos Neto durante uma reunião nesta segunda-feira (25) com a Organização das Cooperativas Brasileiras sobre as medidas adotadas pela autoridade monetária para mitigar os efeitos da crise do novo coronavírus (Sars-Cov-2). O volume diz respeito apenas às novas contratações.

Do total de financiamentos, as grandes empresas – classificadas como "corporate", no jargão financeiro – contrataram R$ 255,8 bilhões (equivalente a 58% do total). Empresas que faturam por ano menos de R$ 10 milhões, classificadas no relatório como micro e pequenas, realizaram R$ 35,1 bilhões em operações, o que corresponde a 7,9% do total, de acordo com os dados do BC.

Desde o início da pandemia, pequenas empresas têm relatado dificuldades para obter acesso a crédito, principalmente pela dificuldade em apresentar garantias aos bancos. A exigência é feita pelas instituições financeiras para evitar prejuízos em caso de calote, um risco alto devido à expectativa de recessão.

Para contornar esse problema, o governo aposta em um programa voltado especificamente para pequenos negócios, batizado de Pronampe. O novo modelo prevê que o Tesouro Nacional repasse R$ 15,9 bilhões para assumir 85% do risco nas operações. O dinheiro só poderá ser usado para financiar operações voltadas para empresas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano.

Valedoitaúnas/Informações iG



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