Os corpos estavam em dois imóveis próximos e foram encontrados na manhã desta segunda-feira (28), em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador. Uma das hipóteses é de que tenha acontecido uma chacina.

Corpos de duas mulheres tinham marcas de tiros, e outros sete foram carbonizados, na Região Metropolitana de Salvador – Foto: Camila Marinho/TV Bahia

Nove pessoas foram encontradas mortas em duas casas, na manhã desta segunda-feira (28), na cidade de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador. Três crianças estão entre as vítimas. Sete corpos estavam carbonizados.

Os dois imóveis onde os corpos foram encontrados são próximos e ficam na localidade conhecida como Portal do Lunda, na zona rural da cidade, perto de uma escola municipal.

Segundo a Polícia Militar, dois corpos de mulheres foram encontrados em uma das casas, com ferimentos de tiros, e os outros sete, carbonizados, estavam no outro imóvel, inclusive as crianças. Um adolescente foi resgatado com queimaduras graves da mesma casa onde as pessoas foram achadas carbonizadas. (Leia mais abaixo)

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que determinou o reforço do policiamento na região. Uma das hipóteses é de que tenha acontecido uma chacina.

Nove mortos são encontrados em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador – Foto: Camila Marinho/TV Bahia

Inicialmente, a Polícia Civil informou que as vítimas eram quatro adultos e cinco crianças, mas a informação foi atualizada pelo coordenador regional Maurício Botelho.

De acordo com a Polícia Militar, a adolescente de 12 anos foi atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e será levada para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, com mais de 50% do corpo queimado. Não há detalhes sobre o estado de saúde dela.

Outros casos de violência

A Bahia tem registrado um alto número de casos violentos entre julho e agosto deste ano.

No início de julho, a adolescente de origem cigana, Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, foi morta a tiros na cidade de Guaratinga, no sul da Bahia. Inicialmente, a suspeita era de que o assassinato teria sido cometido pelo companheiro dela, da mesma idade.

No entanto, pouco mais de um mês depois da morte da garota, a Polícia Civil concluiu que o tiro que matou a adolescente foi disparado de forma acidental pelo cunhado da adolescente, quando a criança, de nove anos, e Hyara brincavam com a arma no quarto dela.

Hyara Flor foi morta em Guaratinga – Foto: Reprodução

Na madrugada do dia 24 de julho, a morte do menino Gabriel Silva da Conceição Júnior, de 10 anos, após ter sido baleado no rosto, um dia antes, durante uma ação policial, no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, fez a Bahia voltar a ser assunto nacional por causa da violência.

Um mês depois, a Polícia Civil pediu ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) a prorrogação para o término da apuração do caso.

Gabriel, de 10 anos, morreu após ser baleado no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, na Bahia – Foto: Reprodução/TV Bahia

Entre os dias 28 de julho e 4 de agosto, 30 pessoas morreram em diferentes confrontos com policiais militares, nas cidades de Salvador, Camaçari e Itatim. O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, disse que acionou a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos para acompanhar as investigações das trocas de tiros.

Governo da Bahia cita 'apuração de eventual excesso' após 30 mortes em ação da PM – Foto: Reprodução/Redes Sociais

Já na noite do dia 17 de agosto, Bernadete Pacífico, de 72 anos, liderança quilombola baiana e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), foi assassinada a tiros dentro da associação do Quilombo Pitanga dos Palmares.

Até esta segunda-feira (28), ninguém foi preso suspeito de envolvimento no crime. Na sexta (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou o assassinato durante um discurso na Assembleia Nacional de Angola.

Bernadete Pacífico, liderança quilombola da Bahia, é assassinada – Foto: Conaq

No final de semana após a morte de Bernadete Pacífico, Salvador teve o registro de um fim de semana violento, com 12 mortos entre as 24 pessoas baleadas. A maioria dos casos aconteceu no subúrbio da capital baiana.

(Fonte: g1)