Se não tem motor a combustão, por que carro elétrico usa radiador?
25 de setembro de 2021Característica única das baterias demanda controle rigoroso de temperatura
Divulgação
Para esfriar a bateria e os inversores do sistema de alta tensão. Já reparou como seu celular esquenta quando está carregando ou em uso por muito tempo? Nos elétricos ocorre a mesma coisa: a bateria esquenta quando precisa ser descarregada rapidamente (como em acelerações) ou em frenagens, quando o motor envia uma grande quantidade de energia para o acumulador.
Esse processo também ocorre durante as recargas, especialmente as rápidas, acima de 50 kWh. Por conta disso é normal a maioria dos elétricos fazerem diferentes ruídos quando são ligados a esses aparelhos: o som vem do sistema de refrigeração das baterias, que funciona mesmo com o carro desligado.
Um circuito com fluido refrigerante passa por dentro das baterias dos elétricos para esfriar o componente – Foto: Divulgação
Além disso, os modelos atuais usam baterias de íon-lítio, que são extremamente sensíveis às variações de temperatura. Para controlar isso, um sistema de arrefecimento similar ao dos motores convencionais esfria o acumulador e o inversor de corrente e faz a troca de calor usando radiadores tradicionais, quase sempre posicionados na dianteira do carro.
Alguns modelos, como o Toyota Prius e Nissan Leaf, usam baterias refrigeradas a ar. Isso reduz a demanda do circuito de arrefecimento – que ainda é usado pelo inversor –, mas também prejudica a capacidade dos acumuladores de serem carregados rapidamente e pode influenciar negativamente na vida útil da bateria.
Exceção da regra
Isso não quer dizer que todo motor elétrico não precisa de refrigeração. Modelos de alto desempenho, como o Audi e-tron, possuem circuito de arrefecimento dentro dos propulsores. O que muda é que ele tem funcionamento mais simplificado e o aquecimento dos componentes é muito inferior a um motor de combustão interna.
Valedoitaúnas (Auto Esporte)