Home - Mundo - Sarcófago encontrado após incêndio na catedral de Notre-Dame será aberto...

Sarcófago encontrado após incêndio na catedral de Notre-Dame será aberto por arqueólogos

15 de abril de 2022

Corpo pode ser de pessoa que viveu no século XIV

Sarcófago encontrado após incêndio na catedral de Notre-Dame será aberto por arqueólogosCorpo em sarcófago pode ser de pessoa que viveu no século XIV – Foto: Julien de Rosa/AFP

O misterioso sarcófago feito de chumbo, descoberto por baixo das estruturas da catedral de Notre-Dame, em Paris, será aberto por arqueólogos em breve, segundo a “France24”. Depois de ter sido devastado por um incêndio, em abril de 2019, o local será reaberto ao público – ainda sem uma data definida – pouco depois de completar três anos da tragédia.

Durante as reformas feitas no local, nos trabalhos preparatórios para reconstruir a antiga torre da igreja, funcionários encontraram o sarcófago em ótimo estado de conservação, enterrado a cerca de 20 metros de profundidade, entre os tubos formados por tijolos de um sistema de aquecimento, datado do século XIX.

No entanto, acredita-se que o achado seja ainda mais antigo, possivelmente do século XIV. Os cientistas já analisaram o sarcófago por meio do uso de uma câmera endoscópica, revelando a parte superior de um esqueleto, um travesseiro de folhas, tecido e objetos ainda não identificados.

O sarcófago foi retirado da catedral na última terça, segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica da França (INRAP), durante uma entrevista coletiva. A peça será enviada "muito em breve" ao Instituto de Medicina Forense, na cidade de Toulouse, no sudoeste da França.

Especialistas forenses e cientistas vão abrir o sarcófago e estudar o seu conteúdo, para identificar o gênero do esqueleto e o estado de saúde anterior à morte, segundo o arqueólogo Christophe Besnier, acrescentando que a tecnologia de datação por carbono deverá ser utilizada.

“Se for de fato um sarcófago da Idade Média, estamos lidando com uma prática funerária extremamente rara”, observou Besnier, que afirmou, ainda, também esperar conseguir determinar a então classe social do falecido.

Dado o local e o estilo do enterro, ele, provavelmente, estaria entre uma das pessoas da elite do seu tempo. No entanto, o chefe do INRAP, Dominique Garcia, enfatizou que o corpo será examinado "em conformidade" com as leis francesas sobre restos humanos.

“Um corpo humano não é um objeto arqueológico. Como restos humanos, o código civil se aplica, e os arqueólogos vão estudá-lo como tal”, destacou.

Assim que terminarem de analisar o sarcófago, ele será devolvido “não como um objeto arqueológico, mas como um patrimônio antropológico”, acrescentou Garcia. O INRAP disse que a possibilidade de "reinternação" da peça na catedral está sendo estudada.

Valedoitaúnas (O Globo)



banner
banner