Samarco retoma atividades após 5 anos da tragédia
23 de dezembro de 2020A Vale disse que a Samarco utilizará novos processos de disposição de rejeitos, "refletindo seu compromisso com a retomada sustentável e a segurança operacional"
Vista aérea do Rio Doce, com rejeitos de minério liberados pelo rompimento da barragem do Fundão em Mariana (MG). A barragem pertence à Samarco – Foto: SECOM-ES
A mineradora Samarco começou nesta quarta-feira (23) a retomar gradualmente suas operações, com atividades nos complexos de Germano, localizado em Mariana (MG), e Ubu, em Anchieta (ES), informou a Vale, uma das sócias na joint venture em parceria com a BHP.
Mais cedo neste mês, a Samarco havia informado que retomaria as atividades em dezembro, após extensos testes de comissionamento, "garantindo uma retomada segura após cinco anos" desde o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração, que matou 19 pessoas e foi considerado o pior desastre socioambiental do Brasil.
As operações da Samarco reiniciaram com capacidade de produção de 7-8 milhões de toneladas ao ano, com a utilização de um de seus três concentradores para beneficiamento de minério de ferro no Complexo de Germano e uma das quatro usinas de pelotização do Complexo de Ubu, representando 26% da capacidade produtiva da Samarco.
A Vale disse que a Samarco utilizará novos processos de disposição de rejeitos, "refletindo seu compromisso com a retomada sustentável e a segurança operacional".
Conforme a Licença de Operação Corretiva (LOC), recebida em outubro de 2019, a Samarco espera poder reiniciar as operações de um segundo concentrador em aproximadamente cinco anos, atingindo uma produção de aproximadamente 14-16 milhões de tonelada ao ano, e reiniciar o terceiro concentrador em cerca de nove anos, quando a mineradora espera atingir um volume de produção de 22-24 milhões de toneladas ao ano.
A Fundação Renova, responsável pela execução dos programas de reparação dos impactos socioambientais e socioeconômicos, pagou indenizações e auxílios emergenciais para mais de 321 mil pessoas, disse a Vale.
Desde 2015, aproximadamente 10 bilhões de reais foram investidos nos 42 programas acordados no Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC).
Valedoitaúnas/Informações O Globo/Negócios