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Samarco faz acordo com a Vale para antecipar retomada de atividades no ES

04 de fevereiro de 2022

A expectativa é de que, com o acordo, a empresa antecipe de 2030 para 2028/2029 a previsão de alcançar a meta de 100% da capacidade produtiva

Samarco faz acordo com Vale para antecipar retomada de atividades no ESSamarco – Foto: Divulgação

A mineradora Samarco assinou um acordo de cooperação com a Vale, cuja expectativa é otimizar suas atividades de produção. A cooperação, que tem por base a celebração de uma série de contratos entre as partes, envolve trocas de áreas, acordos de compra e venda de minérios e otimização do uso de estruturas próprias pela Samarco.

A empresa prevê que os acordos tenham papel relevante na melhoria operacional da Samarco, bem como na retomada plena de sua capacidade produtiva. A expectativa é de que, com o acordo, a empresa antecipe de 2030 para 2028/2029 a previsão de alcançar a meta de 100% da capacidade produtiva alcançando uma marca de R$ 25 milhões de toneladas de minério.

O reinício da operação dos concentradores em Germano (MG) reflete diretamente nas atividades da Samarco em Ubu, litoral do Espírito Santo. A empresa deverá ser capaz de utilizar também 100% da capacidade das pelotizadoras da unidade no Estado.

Também é esperado que a cooperação beneficie os municípios nos quais a Samarco atua para permitir a manutenção de sua responsabilidade social, gerando empregos e atividade econômica para a região, para os Estados em que atua e para o Brasil.

Atualmente, a empresa opera com 26% da sua capacidade de produção e gera cerca de 1.450 empregos diretos e 8 mil indiretos, em Minas Gerais e no Espírito Santo, e possui 3 mil fornecedores ativos.

No primeiro ano após a retomada, a Samarco totalizou a produção de 7,87 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro.

A Samarco atende aos mercados interno e externo, e seus produtos são direcionados aos principais produtores de aço na América, Europa, Oriente Médio e Norte da África. No ano passado foram realizados 73 embarques no período.

Segundo a empresa, a eficácia destes acordos, em sua maioria, está sujeita ao cumprimento de determinadas condições precedentes, incluindo, quando aplicável, a aprovação do juízo da recuperação judicial.

Justiça prorrogou recuperação judicial em 2021

Em outubro do ano passado, a Samarco informou que a Justiça deferiu o pedido da empresa para prorrogação por mais 180 dias do período de proteção contra execução de dívidas ou bloqueio de contas, no âmbito do processo de Recuperação Judicial.

Na época, segundo a companhia, a decisão possibilitaria a continuidade das negociações com os credores em um ambiente protegido, a fim de que as partes envolvidas cheguem a um acordo.

"A empresa ressalta que o objetivo da Recuperação Judicial é permitir que a Samarco mantenha as suas atividades de produção e preserve sua função social de geração de emprego, renda e tributos", disse a empresa em nota.

A decisão, validada no dia 10 de outubro, foi dada pelo juiz Adilon Cláver de Resende, da 2ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte. No texto, o juiz diz que não se verifica qualquer tentativa da Samarco em colocar obstáculos ao processo.

"Ao contrário, o que ocorre é um trâmite normal, embora dificultado por sua grande complexidade, que é decorrente da multiplicidade de temas debatidos, passivo elevado, enorme quantidade de credores e elevadíssimo grau de litigiosidade que existe desde o início do processo, o que são os traços que marcam esta recuperação judicial".

De acordo com o juiz, a não prorrogação da suspensão do andamento das ações contra a Samarco, o que alcança, inclusive, demandas em jurisdições de outros países, pode acarretar graves prejuízos para a empresa, comprometendo o fluxo de caixa.

A dívida da Samarco, que pertence às gigantes Vale e BHP Billiton, está avaliada em R$ 50 bilhões. Entre os credores estão vários fundos estrangeiros que, com base na nova lei de recuperação judicial, têm questionado na Justiça o processo da Samarco, com uma série de liminares acusando as mineradoras de se "blindarem" das obrigações relativas à tragédia de Mariana, em 2015. O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) também questiona o processo.

Valedoitaúnas (Folha Vitória)



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