Resíduo desconhecido aparece em praia de São Mateus no ES; prefeitura pede que pescadores e turistas não frequentem o local
24 de outubro de 2024Material apareceu há cerca de uma semana em São Mateus, no Norte do Estado. Prefeitura recolheu amostras para análises. Segundo o Instituto de Meio Ambiente, caso não tem relação com vazamento em poço de petróleo na região, ocorrido há uma semana
Prefeitura de São Mateus investiga impactos ambientais de resíduo que atingiu praia no Norte do Espírito Santo – Foto: Reprodução
Moradores e pescadores da praia de Barra Nova, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, estão preocupados com os resíduos escuros e viscosos que apareceram na região e os riscos que eles podem representar à saúde dos trabalhadores, moradores e até turistas.
De acordo com a prefeitura, ainda não é possível afirmar a origem do material, que começou a aparecer há cerca de uma semana, assim como a abrangência do impacto ambiental. Por isso, a orientação é que a praia não seja frequentada neste momento.
Uma equipe de limpeza da prefeitura esteve na praia nesta quarta-feira (23), recolheu o material e encaminhou amostras para análise em um laboratório na Serra, na Grande Vitória. A previsão é de que o resultado saia em cinco dias.
“As amostras já foram coletadas. Os trabalhadores estão devidamente equipados, com os equipamentos de segurança necessários, e todo cuidado é pouco nesse momento”, afirmou o gestor da empresa responsável pela limpeza, Rafael Barbosa.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Ricardo Louzada, informou que a equipe vai analisar todas as possibilidades, uma a uma, mas a recomendação no momento é que as pessoas não frequentem a praia se houver a presença do resíduo.
“O que a gente recomenda hoje é as pessoas evitarem locais que tenham esse material, porque a gente simplesmente não sabe o que ele é até o momento. Pode ser algo de causas naturais, relacionado às algas, ou pode ser um lançamento irregular que chegou até aqui”, falou o secretário.
Prefeitura de São Mateus investiga impactos ambientais de resíduo que atingiu praia no Norte do Espírito Santo – Foto: Reprodução
Até saírem os resultados dos exames, a preocupação de Louzada é com quem vive da pesca e do turismo e de como o material pode atingir rio, praia e mangue, três ambientes coexistentes na região.
“A preocupação é a perda do nosso habitat natural, de peixes, de caranguejos, a perda de balneabilidade e tudo isso afeta diretamente o turismo da nossa região”, falou o secretário.
Enquanto isso, o pescador José Luiz Alvarenga suspendeu a atividade e lamentou ver o material encontrado na areia.
“É uma borra, um troço feio mesmo. [...] Uma situação muito triste, tem que ver quem fez isso pra poder pagar”, falou.
A Secretaria de Meio Ambiente de São Mateus informou que ainda não é possível estimar o tamanho da área afetada. Um quadriciclo e um drone vão ajudar a fazer um mapeamento para identificar se os resíduos atingiram apenas essa região ou se a expansão da área é maior.
Prefeitura de São Mateus investiga impactos ambientais de resíduo que atingiu praia, no Norte do Espírito Santo – Foto: Reprodução
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) também disse que não é possível afirmar o que aconteceu na região antes de sair o resultado das análises do material coletado. O conselho também recolheu amostras do material que vão ser enviadas para um laboratório da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) está ciente e tem acompanhado o caso junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Mateus. Avaliações preliminares indicam que tenha chegado pelo mar, embora a causa e o material ainda não tenham sido identificados.
Caso não tem relação com vazamento em poço de petróleo
Emulsão de óleo vaza em poço de petróleo em São Mateus, no Norte do Espírito Santo – Foto: Reprodução/Redes sociais
Um poço de petróleo recém-perfurado no Campo Inhambu, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, sofreu um vazamento de emulsão de óleo, além de perda de vapor, na quarta-feira (16).
Segundo a Seacrest Petróleo, companhia responsável pelo trabalho no poço, a substância expelida não se tratou óleo porque o poço ainda não estava em produção no momento do incidente.
Questionado se os dois casos podem ter relação, o Iema descartou essa possibilidade.
(Fonte: g1 ES)