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Refugiados nigerianos transformam acampamento no deserto em floresta autossustentável

11 de novembro de 2021

Refugiados nigerianos transformam acampamento no deserto em floresta autossustentávelFoto: Divulgação

Há cerca de sete anos, mais de 70 mil cidadãos nigerianos fugiram da violência no país, buscando abrigo em Camarões, na África Central, onde passaram a viver como refugiados.

Juntos, eles estabeleceram um enorme acampamento em Minawao, uma região árida e de poucas chuvas. À medida que as poucas árvores da região foram sendo cortadas para servir de lenha e para o preparo de comida, Minawao se tornou ainda mais desertificada.

Nos anos seguintes, o campo de refugiados cresceu e se tornou uma cidade que precisava urgentemente de suprimentos e de uma mudança radical no uso dos seus recursos naturais.

Refugiados nigerianos transformam acampamento no deserto em floresta autossustentávelFoto: Divulgação

Para ajudar nessa mudança de paradigma, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Federação Luterana Mundial (FLM) se uniram e lançaram um programa único em 2017.

A iniciativa busca solucionar o desmatamento e promover políticas de energias renováveis. Não demorou muito para os resultados apareceram e a comunidade se envolver na restauração e proteção do meio ambiente local.

“Para onde quer que olhemos, agora é verde”, comemora Luka Isaac, presidente dos refugiados nigerianos em Minawao. “As árvores cresceram, temos sombra e teremos árvores suficientes para tornar o nossos ambiente bonito e saudável. Antes, o ar estava muito empoeirado. Agora o ar que respiramos é muito bom”, completou.

Refugiados nigerianos transformam acampamento no deserto em floresta autossustentávelFoto: Divulgação

Reflorestamento contribuiu para aumento na produção de alimentos

Ao lado dos refugiados, a Federação Luterana Mundial cultiva frutas em viveiros e hortas. Depois, distribui milhares de mudas para os pequenos produtores, além de escolas, mesquitas, igrejas e famílias.

Antes da distribuição, todos recebem um treinamento de como usar a “tecnologia do casulo”, desenvolvida pela Land Life Company, para maximizar a produtividade das mudas em meio ao ambiente hostil do deserto.

Refugiados nigerianos transformam acampamento no deserto em floresta autossustentávelFoto: Divulgação

Em quatro anos, pelo menos 360 mil mudas foram cultivadas nas hortas de Minawao ao longo de 119 hectares.

A taxa de sobrevivência das plantas chega a 90% em pleno clima árido. Uma conquista e tanto.

Refugiados nigerianos transformam acampamento no deserto em floresta autossustentávelFoto: Divulgação

Hoje, as árvores são grandes o suficiente até para a poda e seu uso como lenha – sem a necessidade de serem derrubadas.

Há milhares de acácias, cajus e moringas espalhadas pela comunidade. Um ciclo de plantio e colheita de cinco anos garante material para lenha, além de cipó para a construção de telhados e outros ambientes.

E os benefícios são param por aí: o volume de árvores ajuda a distribuir o vento, reduzindo o nível de erosão do solo. Por fim, fornecem sombra para que os voluntários trabalhem sem o excesso de exposição ao sol.

Refugiados nigerianos transformam acampamento no deserto em floresta autossustentávelFoto: Divulgação

“As árvores nos trazem muito. Primeiro, fornecem a sombra necessária para o cultivo de alimentos. Então, as folhas e galhos mortos podem ser transformados em fertilizantes para o cultivo. Finalmente, a floresta atrai e retém água: a chuva até aumentou”, explicou um porta-voz da comunidade.

Valedoitaúnas (R7)



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