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Rãs fêmeas se fingem de mortas para evitar sexo indesejado, diz estudo

14 de outubro de 2023

Machos da espécie 'Rana temporaria' podem forçar a cópula com parceiras, que utilizam algumas táticas para escapar

Rãs fêmeas se fingem de mortas para evitar sexo indesejado, diz estudoFêmeas da rã-comum podem se fingir de mortas para evitar sexo com machos indesejados – Foto: Reprodução/CCBY/Richard Bartz

As fêmeas da rã-comum (Rana temporaria) são capazes de se fingir de mortas para evitar o sexo com machos indesejados. Ao menos é o que mostra uma pesquisa promovida pelo Museu de História Natural de Berlim, na Alemanha.

Como ocorre com muitos anfíbios, a ligação reprodutiva entre os gêneros é feita por meio do amplexo, o abraço nupcial. No entanto, para concretizar o acasalamento, alguns indivíduos intimidam, assediam ou forçam o sexo com a parceira.

Segundo artigo publicado no jornal acadêmico Royal Society Open Science, elas "não são passivas como se pensava anteriormente".

No texto, a doutora Carolin Dittrich e o doutor Mark-Oliver Rödel relatam que, em diversas caixas, foram colocadas uma rã macho com duas fêmeas, uma grande e outra menor. A partir daí, foi feito um registro em vídeo do comportamento reprodutivo da espécie.

Das 54 fêmeas disponíveis, 83% tentaram girar o corpo quando agarradas e 48% emitiram chamados de liberação – grunhidos e guinchos, enquanto também tentavam se soltar. Já 33% utilizaram a técnica da imobilidade tônica, com rotação, enrijecimento e extensão das patas, numa pose que lembra um animal morto. Devido ao maior estresse que sofrem, as fêmeas menores tendem a empregar com mais frequência todas as três estratégias citadas.

De volta ao fenômeno da imobilidade, ele já havia sido observado antes: "Encontrei um livro escrito em 1758 por Rösel von Rosenhoff que descreve esse comportamento, que nunca mais foi mencionado", disse Dittrich, conforme reportado pelo jornal britânico The Guardian.

Ainda assim, os autores do estudo reconhecem que os comportamentos observados podem não ter apenas a finalidade de fuga, mas também seriam uma forma de testar a força e a resistência do macho – que, se bem-sucedido, consegue manter rivais afastados para evitar as chamadas bolas de acasalamento, quando vários indivíduos se prendem a uma parceira.

Sendo assim, os acadêmicos sugerem que pesquisas futuras deveriam ter amostras maiores para análises mais conclusivas.

(Fonte: R7)



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