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Quem é Carmen, professora que teve ossada encontrada em jardim oito anos após desaparecer

28 de julho de 2021

Carmen Morales tinha 62 anos quando desapareceu em Ubatuba, no Litoral Norte. Oito anos depois, sua ossada foi encontrada no quintal da casa onde morava na cidade

Quem é Carmen, professora que teve ossada encontrada em jardim oito anos após desaparecerOssada de mulher foi encontrada em jardim de casa em Ubatuba – Foto: Arquivo Pessoal

Uma professora solteira, artesã e amante de plantas. Moradora da região central de Ubatuba (sp), Carmem Morales tinha uma vida comum, até seu desaparecimento se tornar um mistério.

Em 2013, a professora desapareceu sem deixar pistas. À época, a polícia investigou o caso, mas encerrou o inquérito sem chegar a nenhuma solução, em 2020. Oito anos depois, o caso foi reaberto após a ossada da mulher ser encontrada no jardim da casa em que morava.

Perfil reservado

Os vizinhos de Carmen afirmam que ela mantinha poucos amigos na cidade e tinha contato mais frequente com alguns moradores do bairro Itaguá, onde morava.

Trabalhou por anos como professora de inglês, gostava de artesanato e era uma amante de plantas.

Logo após seu desaparecimento, a vizinha que denunciou o caso à polícia chegou a tentar contato com a família, mas ninguém conhecia seus parentes.

Ativa nas redes sociais

Carmen era bastante ativa nas redes sociais, onde compartilhava de forma constante as plantas que mantinha no imóvel que morava.

Poucos dias antes do desaparecimento, fez fotos da vista da janela de seu quarto para o jardim da casa, onde sua ossada foi encontrada sete anos depois.

Amante das artes

Aos 62 anos, a professora de inglês se dedicava também às artes plásticas. Chegou a fazer cursos em algumas instituições da cidade, segundo vizinhos.

Entre as poucas amizades, estavam pessoas envolvidas na comunidade artística da cidade. Além das artes plásticas, ela também dançava flamenco.

Sumiço denunciado por uma vizinha

Carmem ficou pelo menos nove dias desaparecida sem que o caso fosse levado a polícia ou a seus familiares. Seu sumiço foi denunciado no dia 15 de agosto de 2013 na delegacia, por uma vizinha.

A mulher contou que havia visto a vizinha, com quem mantinha uma relação amigável, no dia 8 de agosto daquele ano. Depois, percebeu que a casa da professora estaria aberta e sem o veículo, que tradicionalmente permanecia na garagem.

Ela contou aos policiais que tentou buscar a família, mas ninguém tinha contatos, e foi também ao Instituto Médico Legal (IML) a procura do paradeiro de Carmen, mas sem resposta foi até a polícia.

Casa entregue ao irmão

Um ano após seu desaparecimento, a família abriu processo de espólio e ficou com o imóvel. Após a ação, o irmão passou a administração para uma imobiliária, que estava com a casa há seis anos.

Há três anos, a família que encontrou a ossada da professora aluou o imóvel e se mudou para o local. Eles sabiam que a antiga moradora tinha desaparecido e que havia uma investigação sem solução, mas foram surpreendidos ao encontrarem sua ossada no jardim em janeiro deste ano. Mesmo com o encontro, os inquilinos decidiram permanecer no imóvel.

Quem é Carmen, professora que teve ossada encontrada em jardim oito anos após desaparecerPai e filho mexiam no jardim da casa quando encontraram ossada – Foto: BBC News

Identidade confirmada por DNA

Quando a família encontrou a ossada, a polícia suspeitou que fosse de Carmen. Os ossos estavam envoltos em um cobertor e havia restos de um sutiã.

De acordo com a polícia, após encontrarem, eles acionaram a vizinha para ter mais detalhes sobre a vítima que confirmou que ela tinha uma prótese na coluna. A peça metálica também foi encontrada entre os ossos.

Apesar disso, amostras dos ossos foram encaminhados com material da família ao laboratório da polícia em São Paulo. Além de uma moldura da arcada dentária de Carmen que foi coletada com a dentista que a acompanhava em Ubatuba. Após os exames, a identidade ficou confirmada.

Desaparecimento agora é tratado como homicídio

O caso de Carmen vinha sendo tratado como desaparecimento. Em novembro de 2020, o Ministério Público pediu o arquivamento da investigação porque, segundo a polícia, não havia indícios de que ela tivesse sido vítima de um crime.

Em janeiro de 2021, a ossada foi encontrada e o caso reaberto. Agora, a polícia investiga o caso como homicídio. A polícia informou que há um suspeito pelo crime.

Valedoitaúnas (G1)



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