Protesto de pescadores interditada Estrada de Ferro Vitória a Minas, no ES
17 de março de 2022Circulação do trem de passageiros da Vale também foi interrompida
Estrada de ferro foi interditada por causa de protesto de pescadores no ES – Foto: Reprodução/TV Gazeta
Um protesto de pescadores interditou a Estrada de Ferro Vitória a Minas, no trecho de Baixo Guandu, no Noroeste do Espírito Santo, nessa quarta-feira (16).
Os pescadores disseram que há três meses não recebem da Fundação Renova, criada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton para gerir as reparações do desastre do rompimento da barragem da Samarco, o auxílio emergencial e também não receberam a indenização chamada de lucro cessante, para compensar as perdas que acumularam ao longo do último ano porque não conseguem trabalhar.
Uma reunião entre os pescadores e representantes da fundação agendada para esta quarta não aconteceu porque a Renova desmarcou alegando que o espaço não comportaria todos os presentes.
Com a manifestação dos pescadores em Baixo Guandu, a circulação do trem de passageiros da Vale, no sentido Barão de Cocais (MG) a Cariacica, na Grande Vitória (ES, foi interrompida.
A mineradora não informou quando a operação será retomada.
De acordo com a Vale, os passageiros que não conseguirem embarcar podem remarcar o bilhete ou pedir reembolso do valor em um prazo de até 30 dias.
Mais informações sobre a suspensão podem ser obtidas por meio do telefone 08002857000 ou pelo WhatsApp (27) 995035918.
Renova
Em nota, a Fundação Renova disse que iniciou o processo de atualização de dados para correção de pagamentos do Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) a pessoas que não comprovam perda de renda e interrupção das suas atividades produtivas e econômicas decorrentes diretamente do rompimento da barragem de Fundão e, para isso, solicitou a apresentação de documentos que comprovam o dano àquelas pessoas que até o momento não o fizeram.
"Caso a pessoa não apresente os documentos dentro do prazo de 30 dias a partir do recebimento/conhecimento da comunicação, o pagamento do seu Auxílio Financeiro Emergencial será cessado", diz trecho da nota.
Ainda de acordo com a fundação, a documentação solicitada deve ser enviada por meio do Fale Conosco, do Portal do Usuário, por meio da aba de manifestações, ou nos centros de informação e atendimento.
Quanto aos lucros cessantes, as pessoas que têm direito serão informadas sobre os pagamentos diretamente pela Fundação Renova.
"Em Baixo Guandu, até janeiro deste ano, foram pagos R$ 667 milhões em indenização e auxílios financeiros emergenciais para mais de 7.600 pessoas", diz a nota da fundação.
A Renova divulgou ainda que, até janeiro de 2022, foram pagos R$ 20,2 bilhões nas ações de reparação e compensação. Desse valor, R$ 8,73 bilhões foram destinados ao pagamento de indenizações, incluindo lucros cessantes e auxílios financeiros emergenciais para cerca de 368,5 mil pessoas, segundo a fundação.
Valedoitaúnas (g1 ES)