Prostituição partidária
04 de dezembro de 2023Carlos Quartezani – Foto: Divulgação
A filiação do ex-prefeito da Serra-ES, Audifax Barcelos ao PP, partido com residência fixa na Direita, depois de ter se desfiliado da Rede, é uma evidência clara de que não tem alguma coisa fora da ordem, mas está tudo fora da ordem.
O interesse particular e em muitos casos de grupos que não tem outro interesse senão o poder pelo poder, se generalizou e o ingrediente fundamental para o sucesso dessa empreitada, é claro, chama-se polarização.
Esse fenômeno, a polarização, que inclusive não é invenção brasileira, mas aqui isto foi assimilado com paixão avassaladora, não permite que as pessoas avaliem os fatos com um mínimo de racionalidade.
Literalmente não faz a menor diferença o partido político ao qual o indivíduo é filiado. Se ontem estava na esquerda e hoje está na direita, os votos são encaminhados de acordo com o soar do berrante, que diga-se de passagem é tocado tanto na direita, quanto na esquerda.
O estelionato eleitoral inicia na filiação partidária e o povo depois que os elegem, fica lamentando ter sido enganado.
Diga-se de passagem, a ignorância política induziu muitos eleitores com perfil de direita, a votarem no Senador Fabiano Contarato, mesmo estando muito clara sua inclinação à esquerda evidenciada por sua então sigla partidária, a Rede Sustentabilidade.
O conceito do eu voto na pessoa e não em partido está nos levando à total desordem política e estabelecendo como regra a prostituição partidária, um triste fim para uma instituição que foi criada para ser o instrumento da democracia.
*Carlos Quartezani é jornalista e graduado em História.
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