Propina e fraude em licitação: empresas investigadas no ES receberam R$ 6,2 milhões
24 de maio de 2024Operação foi realizada nesta quinta-feira (23) pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União (CGU). Servidor estadual foi afastado
Foto: Divulgação/CGU
A Controladoria Geral da União (CGU) apurou que as empresas investigadas por fraude na Operação Manuscrito, deflagrada no Espírito Santo nesta quinta-feira (23), receberam o valor de R$ 6,2 milhões no período de três anos. Do valor, R$ 3,4 milhões eram de recursos federais.
A operação investiga esquema de corrupção entre o grupo empresarial e o Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória.
O valor recebido pelas empresas foi empenhado de 2020 a 2022. O recurso de R$ 3,4 milhões era para aplicação no custeio de ações e serviços públicos de saúde do SUS.
Segundo informações da CGU divulgadas nesta quinta-feira (23), o objetivo é desarticular um esquema de desvio de recursos públicos e recolher provas para aprofundar as investigações de compras de materiais hospitalares.
As apurações começaram em 2023, com ligação de um agente público, "envolvendo pedido de propina em processos de compras do hospital junto ao grupo que é investigado". A Secretaria de Saúde (Sesa) decidiu, após a deflagração da operação, afastar o servidor.
Durante as investigações, novos indícios de outras possíveis infrações surgiram no Hospital Infantil, segundo a CGU, “como direcionamento das contratações em detrimento de processos regulares de licitação em proveito das empresas”.
Além disso, as análises mostraram a possível prática de crimes contra administração pública, dentre eles corrupção ativa e passiva e direcionamento de licitação.
O que diz a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa)
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que, diante da Operação Manuscrito, afastou o servidor envolvido na investigação. E especificou que a ação tem como alvo a Central de Compras e estoque da Farmácia (CAF) do Hospital Infantil.
Na nota, a Sesa diz reafirmar seu "compromisso com a transparência e a legalidade que regem a gestão pública, colocando-se à disposição das autoridades competentes para colaborar integralmente com a investigação em curso, fornecendo todas as informações e documentos necessários".
Além disso, destacou que no final de 2023, a direção do hospital identificou a necessidade de aprimorar o controle de estoque na Central de Compras.
Foi então constituída uma comissão interna para realizar o levantamento detalhado do estoque existente e se havia inconformidades. O relatório desse levantamento foi concluído e será devidamente entregue às autoridades responsáveis.
(Fonte: Folha Vitória)