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Projeto prevê 14º salário para aposentados do INSS devido à pandemia

04 de julho de 2020

Proposta foi transformada em sugestão legislativa (SUG) após receber mais de 40 mil assinaturas. Senador Paulo Paim (PT) assumiu relatoria

Projeto prevê 14º salário para aposentados devido à pandemiaSenador Paulo Paim – Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O Senado Federal se prepara para votar uma sugestão legislativa (SUG) – após mais de 40 mil pessoas assinarem o texto – que pretende criar um 14º salário a ser pago especificamente neste ano a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A proposta, apresentada pelo advogado Sandro Gonçalves, de Ribeirão Preto (SP), foi transformada em SUG e começou a tramitar na Comissão de Direitos Humanos (CDH), presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS). O parlamentar estuda mudar a proposição para um projeto de lei (PL) a fim de acelerar a tramitação.

Sandro Gonçalves, autor da proposta, viu a necessidade de o governo pagar o 14º salário uma vez que o 13º foi antecipado por causa da pandemia de Covid-19 e, portanto, esses segurados têm chances, com a crise, de ficar sem renda no fim do ano.

Paim, que assumiu a relatoria do projeto, concorda com os argumentos apresentados no texto. Ele acrescenta que o atual quadro da aposentadoria no país é crítico sobretudo com o novo coronavírus, pois idosos são mais vulneráveis à doença e houve um aumento no gasto com remédios, por exemplo.

“A situação dos aposentados no país é muito grave. Esse auxílio pode ser um instrumento que impulsiona a própria economia. Além disso, melhoraria a dignidade dessas pessoas em um momento de tanto desespero que a gente passa”, diz Paim.

Cerca de 70% dos beneficiários da Previdência ganham um salário mínimo. Em abril, mais de 30 milhões de pessoas receberam, antecipadamente, o 13º da aposentadoria do INSS.

Orçamento

Para pagar a antecipação do 13º, que foi dividido em duas parcelas entre abril e junho deste ano, o governo desembolsou o equivalente a R$ 24 bilhões. Esse orçamento, no entanto, estava previsto, ao contrário do que seria desembolsado com o 14º.

O senador explica, no entanto, que não é possível comparar uma situação com a outra, pois a proposta ainda será discutida no Senado e pode ser que o benefício a ser pago se limite a um ou dois salários mínimos por pessoa, por exemplo.

No entanto, Paim destaca que não é preciso se preocupar de onde deverá ser tirado o dinheiro, uma vez que o Congresso aprovou a PEC do Orçamento de Guerra, que permite rapidez e menos burocracia no combate ao novo coronavírus.

A equipe econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chefiada pelo ministro Paulo Guedes tem sido criticada por uma baixa aplicação de dinheiro público no combate à pandemia. O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito sobre o assunto.

“Toda proposta que signifique gasto, o governo federal fica na retranca, mas no momento de emergência a gente tem que ver com cuidado, principalmente aqueles que não têm nada. O debate é para que possa atender essas famílias”, diz.

Pressão popular

Apesar de não esperar apoio do governo, o petista não minimiza, de maneira alguma, as chances da proposta ser aprovada. “O Brasil, para nós sairmos dessa situação, o Estado vai ter que colocar o braço para ajudar pequenos empresários e famílias de baixa renda”, aponta.

“O Congresso, e assim é a democracia, funciona de acordo com a pressão que vem de fora para dentro. Então, se houver essa pressão, tem chance de aprovar. Acho que a reivindicação é justa, ponto. Agora, se vai ou não ser aprovada, tudo depende da conjuntura”, finaliza.

Valedoitaúnas/Informações Metrópoles



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