Projeto da deputada Camila Valadão veta contratos com empresas envolvidas em violações de direitos humanos
27 de setembro de 2025Proposta da deputada Camila Valdão (PSOL) busca impedir que dinheiro público seja destinado a empresas ligadas a crimes contra a humanidade
Deputada Camila Valdão – Foto: Paula Ferreira/ALES
Foi protocolado na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) o Projeto de Lei (PL) 6272025, de autoria da deputada estadual Camila Valadão (PSOL), que proíbe o governo do estado e seus órgãos, empresas e fundações públicas de firmarem contratos com empresas envolvidas em graves violações de direitos humanos.
Entre as violações citadas no texto estão crimes como genocídio, de opressão e dominação sistemática de um grupo racial sobre outro, além de crimes contra a humanidade, conforme previstos no Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, do qual o Brasil é signatário desde 2002.
“Recursos públicos não podem financiar, direta ou indiretamente, empresas que estejam ligadas a crimes de extrema gravidade contra a humanidade. O Estado tem o dever ético e legal de zelar pela dignidade humana, pela paz e pela justiça. Esse projeto é um passo concreto nesse sentido”, afirmou a parlamentar, que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Ales.
O projeto determina que os editais de licitação tragam cláusula obrigando as empresas a declararem que não estão envolvidas nesse tipo de prática. A comprovação do envolvimento poderá ser feita com base em relatórios de organismos internacionais, decisões de tribunais nacionais ou internacionais e documentos de órgãos das Nações Unidas. Caso seja comprovado o contrário, o contrato pode ser anulado e a empresa penalizada, conforme prevê a Lei de Licitações.
A deputada reforçou que a proposta busca alinhar o Espírito Santo aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. “Não se trata apenas de uma questão burocrática, mas de uma escolha política e moral de afirmar que o Espírito Santo não será conivente com práticas que atentam contra a vida e a dignidade. Nosso estado precisa estar do lado certo da história”, destacou a parlamentar.
O projeto agora segue para tramitação nas comissões da Assembleia Legislativa antes de ir a plenário para votação.