Profissões ligadas a tecnologia da informação e internet estão no topo do mercado
13 de março de 2020Segundo levantamento do LinkedIn, das 15 principais profissões emergentes no Brasil, 13 têm relação direta com Tecnologia da Informação ou Internet
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O mercado de tecnologia está em constante desenvolvimento. De acordo com a IDC Brasil, nos próximos anos, os investimentos do país, referentes ao setor de tecnologia, devem chegar a US$48 bilhões. Novas áreas profissionais terão destaque no cenário nacional, a inteligência artificial estará no ápice, a tecnologia 5G será testada no Brasil e vários outros acontecimentos terão destaque.
Dados da Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES) revelam um crescimento de 6,7% no setor global de TI, sendo que no Brasil o segmento cresceu 9,8%. O resultado superou as expectativas locais, que eram de 4,1%, e ficou acima dos 4,5% alcançados entre os anos de 2017 e 2018.
O mercado interno gerou US$ 46,6 bilhões no ano passado. Desse total, US$23,9 bilhões (51,3%) são referentes a investimentos em hardware, US$12,2 bilhões (26,2%) a serviços e US$10,5 bilhões (22,5%) a software. Ao todo, existem cerca de 19.372 mil empresas atuando no setor de Software e Serviços no Brasil, sendo que 5.294 (27,3%) delas são voltadas ao desenvolvimento e produção de software.
No início deste ano, a maior rede social profissional, LinkedIn, divulgou o levantamento “Profissões Emergentes” para 2020. Esse estudo aponta que as profissões relacionadas aos setores de tecnologia da informação (TI) e internet devem predominar no mercado de trabalho. A pesquisa ranqueou as 15 profissões emergentes no Brasil e, desse total, 13 têm relação direta com TI ou internet.
Fabrício Fávaro, é diretor administrativo da ITMaster – Foto: Divulgação
Fabrício Fávaro, diretor administrativo da ITMaster, empresa do grupo Globalsys, diz que o setor tem crescido ao longo dos anos e está muito aquecido também no Espírito Santo. “A todo momento o mercado busca por profissionais de TI aqui no estado, principalmente da área de desenvolvimento. A nossa empresa tem contato com faculdades para qualificar a formação desses profissionais. A demanda está muito alta por esse profissional não só aqui, mas no país inteiro há uma grande busca por pessoas que atuem no setor de TI”, diz.
Tito Fideles, diretor financeiro do Madan – Foto: Divulgação
Tito Fideles, diretor financeiro do Madan, instituição com foco em cursos preparatórios, diz que houve um aumento do interesse por cursos relacionados a tecnologia e internet.
“É um fenômeno global. São os setores que envolvem tecnologia digital. Estamos na era digital, que evolui rapidamente e cria novas posições, profissões e, consequentemente, o interesse por elas no mercado de trabalho. A maior procura de cursos é por Medicina e Engenharias, que continuam sendo as maiores notas de corte. Dentro das engenharias conseguimos notar um desvio maior para Computação. Em algumas universidades, como ITA, disciplinas de Programação passaram a integrar o currículo de todas as engenharias”, diz.
Segundo Zirlene Effgen, coordenadora dos cursos de Tecnologia da Informação da Faculdade UCL, a procura citada por Fideles ocorre em razão da área de TI ter alta empregabilidade. “Nossos alunos do terceiro período praticamente estão todos estagiando. Isso é difícil de acontecer, basta comparar com outros cursos. Os alunos de TI não se formam sem estarem empregados. No sétimo ou oitavo período eles já estão disputando vagas de emprego. As áreas de desenvolvimento são áreas que absorvem bastante dos nossos alunos. É uma demanda muito grande. Várias áreas foram afetadas em decorrência da crise, mas a área de TI se manteve e a empregabilidade não caiu”, comenta.
Apagão técnico?
A alta no setor é tanta que pode haver até um “apagão técnico” na profissão, caso as instituições de ensino não formem 70 mil profissionais da área por ano. A informação é da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), divulgada no relatório “Achados e Recomendações para Formação Educacional e Empregabilidade em TIC”. Segundo o estudo, o mercado de TI pode apresentar déficit de 290 mil profissionais em 2024.
De acordo com a Brasscom, existem 845 mil empregos no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação no Brasil. Desse total, 42,9% está em São Paulo. A demanda anual por novos talentos projetada entre 2019 e 2024 é de 70 mil profissionais. Entretanto, apenas 46 mil pessoas se formam ao ano no Ensino Superior com o perfil necessário para atender essas vagas.
Você sabe o que faz um profissional de TI?
Muita gente acha que um profissional da área de Tecnologia da Informação é uma pessoa que trabalha com computador. Contudo, a atuação de um profissional nessa área vai muito além. Basicamente, o profissional de TI é responsável pela gerência das informações de uma empresa. Fica a cargo desse profissional a criação e distribuição dessas informações em redes de computadores, além de atuar com processamento de dados, informática, engenharia de software, hardwares, dentre outros.
Fabrício Fávaro explica que dentro da área de TI tem várias outras áreas que não envolvem somente desenvolvimento. “Não necessariamente o profissional vai se formar na faculdade para ser desenvolvedor. Há um leque enorme para a área de tecnologia. Ele pode ser desenvolvedor, analista de testes, pode ser um analista de requisitos, pode ser um costumer experience, dentre outros. Tem muitas áreas que o profissional pode atuar”, explica.
Valedoitaunas/Informações Folha Vitória