Produtoras rurais do ES se unem e criam agroindústria para driblar seca e perdas nas lavouras
07 de agosto de 2023Atualmente, as goiabadas cremosa e cascão e os biscoitos caseiros produzidos pelo grupo de mulheres de São Roque do Canaã, na região Noroeste, são vendidos para várias cidades do estado
Agroindústria de mulheres em São Roque do Canaã, ES – Foto: Reprodução/TV Gazeta
Em plena estiagem, com as lavouras prejudicadas e sem trabalho no campo, um grupo de nove produtoras rurais de São Roque do Canaã, no Noroeste do Espírito Santo, decidiu há alguns anos criar uma agroindústria para obter renda e ajudar no sustento de suas famílias.
Atualmente, as goiabadas cremosa e cascão e os biscoitos caseiros produzidos pelas "Mulheres do Canaã" são vendidos para várias cidades do estado.
Goiabadas e biscoitos caseiros feitos em agroindústria de mulheres em São Roque do Canaã – Foto: Reprodução/TV Gazeta
Joyce Aparecida Zanetti contou como a ideia de criar a associação surgiu entre 2014 e 2015. A seca registrada na época foi considerada a pior dos últimos 40 anos.
"A dificuldade que foi a seca em 2014 e 2015 em que a gente sofria com a falta de água, as mulheres se uniram pra formar um grupo e trabalhar, não tirar só da agricultura. São agricultoras que iam para o campo ajudar o marido na lavoura. Com a dificuldade, o que a gente ia fazer lá? Pensamos: não, vamos nos unir e montar uma agroindústria pra comercializar a massa e ao mesmo tempo aproveitar o que tinha no sítio", contou.
Por mês, são produzidas cerca de 1.200 barras de goiabada, uma média de 300 por semana, além de dois tipos de biscoitos e quatro sabores de palitinhos.
Barras de goiabada produzidas por empreendedoras de São Roque do Canaã, ES. — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Ainda de acordo com Joyce, o horário e a rotina de trabalho das associadas são adaptados de acordo com a necessidade de cada uma.
"Sete mulheres trabalham na produção diretamente e as outras duas vem conforme a necessidade de pedidos. A gente intercala porque algumas tem filho. Tem aquelas que ficam o dia todo, outras segunda e terça e quarta e quinta. A gente fez uma escala conforme a demanda dos clientes, mas que também não prejudicasse as mulheres", disse Joyce.
O trabalho na agroindústria não contribui apenas com a renda das mulheres, mas também ajudou a produtora rural Maria Aparecida Sperandio a vencer a depressão.
"Estava passando por uma depressão. Não tinha amizade com ninguém. Às vezes pensava em não vir e pensava: tenho que apoiar elas e me ajudar também", contou.
Carol Gasparini, caçula do grupo, faz de tudo um pouco e cuida também da imagem da agroindústria na internet.
Empreendedoras de agroindústria de goiabada e biscoitos caseiros de São Roque do Canaã, ES – Foto: Reprodução/TV Gazeta
"Desde pequena, meus avós me ensinaram muita coisa. Aprendi bastante coisa com as meninas também e faço de tudo um pouco, até a rede social", disse Carol.
Por enquanto as mulheres trabalham em um espaço cedido, mas já planejam mudar para um espaço maior ou ampliar o local de trabalho para aumentar ainda mais a produção, principalmente com a chegada dos novos equipamentos adquiridos com recursos do governo estadual.
(Fonte: g1 ES)