‘Prévia’ do PIB do BC indica alta de 1,31% na economia em maio, a maior desde junho de 2018
14 de julho de 2020Na parcial do ano e em 12 meses até maio, o indicador do nível de atividade registra resultado negativo.
Resultado foi registrado após forte queda em abril – Foto: Reprodução
Após apresentar forte queda em abril, a economia brasileira reagiu em maio, segundo números divulgados nesta terça-feira (14) pelo Banco Central.
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), considerado uma “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto), apresentou crescimento de 1,31% em maio, na comparação com o mês anterior. O número foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes.
De acordo com informações do BC, essa foi a maior alta do indicador desde junho de 2018 – quando a economia voltou a crescer após a greve dos caminhoneiros. Naquele mês, a expansão foi de 3,30%.
O crescimento do indicador já era esperado em maio, quando a produção industrial registrou expansão de 7%. As vendas do comércio varejista também tiveram forte alta naquele mês, mas o setor de serviços ainda registrou queda – embora menor.
Os resultados do IBC-Br, neste ano, refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, sentidos com maior intensidade na economia de março em diante. Apesar do crescimento em maio, a economia ainda não se recuperou do tombo registrado nos meses anteriores.
Em março, primeiro mês de impacto da Covid-19 na economia, o IBC-Br já havia registrado retração de 6,14% na comparação com fevereiro. Em maio, o recuo de 9,45% (número revisado) foi o maior desde o início da série histórica do BC, em 2003.
Previsões para a economia
Em 13 de maio, o governo brasileiro estimou uma queda de 4,7% para o PIB de 2020, tendo como base a perspectiva de que as medidas de distanciamento social terminarão no fim de maio.
O Banco Mundial prevê uma queda de 8% do PIB brasileiro e o FMI (Fundo Monetário Internacional) estima um tombo de 9,1% em 2020. Economistas do mercado financeiro estimaram, na semana passada, uma retração de 6,10% para o PIB brasileiro em 2020.
Em 2019, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos. Nos três primeiros meses de 2020, foi registrada uma retração de 1,5% na economia brasileira.
PIB x IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados uma “prévia do PIB”. Porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto. O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Atualmente, a taxa Selic está em 2,25% ao ano, na mínima histórica, e o Banco Central indicou, no comunicado da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que um “eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual”.
Valedoitaúnas/Informações G1