Preços de alimentos estão 'no teto' e devem cair nas próximas semanas, diz Conab
10 de setembro de 2020Segundo Guilherme Bastos, presidente da companhia, redução da tarifa de importação de arroz terá efeitos de curto prazo
Preços dos alimentos estão no teto e devem cair nas próximas semanas, segundo o presidente da Conab – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Os preços dos produtos da cesta básica já estão chegando ao limite e devem começar a ceder a partir do próximo mês, informou, nesta quinta-feira (10), o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Bastos. Segundo ele, no caso do arroz, a redução a zero do Imposto de Importação para 400 mil toneladas até o fim deste ano, anunciada na véspera pelo governo, será sentida rapidamente.
"Historicamente, as cotações seguem mais altas no segundo semestre, devido à sazonalidade da entressafra. Porém, como o preço interno já ultrapassa a paridade de importações dos principais mercados produtores, é provável que perca sustentação no médio prazo, pois já há um intenso movimento das indústrias de beneficiamento na busca de produtos no mercado internacional. A decisão de zerar a tarifa de importação deve criar um novo teto de preços, abaixo do patamar atual, com tendência de queda nas próximas semanas. Os preços estão no teto", disse Bastos sobre o arroz.
Ao divulgar, nesta quinta, a safra de grãos neste ano - um recorde histórico de 257,8 milhões de toneladas - o presidente da Conab disse que a colheita de arroz vai subir para 12 milhões de toneladas em 2021. Em 2020, a produção foi de 11,2 milhões de toneladas, um crescimento de 6,7% em relação à safra anterior.
Este ano, o consumo de arroz deve subir 5,1%, puxado pelas refeições mais frequentes dentro de casa neste período de pandemia, conforme estimativa da estatal. O mercado externo continuará atrativo aos produtores, devido à desvalorização do real ante o dólar.
Estoques baixos
Por outro lado, os estoques públicos de alimentos estão em níveis baixíssimos. Por exemplo, há cerca de 21 mil toneladas de arroz atualmente. Em 2015, a posição era de quase 1,7 milhão de toneladas.
O governo usa estoques públicos não apenas para garantir o preço e a renda do produtor. Em tese, a ideia é regular o abastecimento interno, para atenuar as oscilações de preços na entressafra.
No caso do feijão, a estimativa de produção total é de 3,23 milhões de toneladas, principalmente do feijão-comum cores, com aumento de 6,4% ao obtido em 2018/19. A primeira e a segunda safras já estão encerradas.
Ainda segundo a Conab, a produção de soja, de 124,8 milhões de toneladas, será a maior da história. O mesmo deve ocorrer com a colheita de milho, estimada em 102 milhões de toneladas.
Valedoitaúnas/Informações iG