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Preço dos alimentos acumula alta de 25% no ano; arroz, óleo e carne disparam

08 de dezembro de 2020

Preço dos alimentos acumula alta de 25% no ano; arroz, óleo e carne disparamCom um aumento de 117,08%, o óleo de soja puxou a alta dos alimentos – Foto: Divulgação

O preço dos alimentos tem assustado consumidores em todo o país, e registram alta de 25% em 2020, a maior desde o início do Plano Real. Matérias primas brutas como soja, milho, carne e minério de ferro chegaram a aumentar 67,9%, segundo levantamento do Ibre da Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Entre os motivos dessa alta estão à desvalorização cambial e o aumento do preço desses itens em dólar. Pesam também o desabastecimento de alguns produtos por causa do aumento das exportações e do rápido aquecimento da demanda, após a paralisação de diversas cadeias produtivas por causa da pandemia.

Os preços dos alimentos dispararam nos supermercados, como alta de 117,08% no óleo de soja e de 91,27% no pacote de arroz, e a cesta básica subiu 39,57%, o maior desde a implantação do Plano Real em 1994. Com o “congelamento” dos salários e o encarecimento dos produtos básicos, o controle da inflação pode se transformar no principal desafio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que cogita disputar a reeleição em 2022.

Levantamento do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) transforme em estatística o susto da dona de casa com o preço da carne, hortifrúti e itens básicos da cesta básica.

O aumento é recorde. O maior registrado foi em abril do ano passado, quando a cesta teve aumento de 30,17%. Desde a implantação do Plano Real, em julho de 1994, na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a alta dos alimentos não subiu tanto no Brasil.

A FVG aponta os principais itens alimentares que tiveram seus preços majorados de maneira proibitiva:

Preços ao produtor (IPA/FGV)

  • Arroz 118,9%
  • Óleo de soja 108,6%
  • Carne bovina 64,5%
  • Leite 52,6%
  • Aves 33,7%

Preços ao consumidor (IPC/FGV)

  • Arroz 62,1%
  • Óleo de soja 99,1%
  • Carne bovina 33,6%
  • Leite 23,8%
  • Aves 12,6%

Segundo o IPA (Índice de Preços no Atacado da FGV), o arroz subiu 120% no atacado e 62% no varejo nos últimos 12 meses, porém essa “gordura” ainda não foi repassada integralmente aos consumidores, o que pode provocar novos aumentos no alimento.

Nos últimos 12 meses, o óleo de soja mais que dobrou de preço nas gôndolas. De acordo com a economista Andréia Ferreira, supervisora técnica do escritório do órgão no Estado, a disparada reflete a alta do dólar e o aumento nas exportações de soja. A moeda americana acumula valorização de 30% nos últimos 12 meses. Desde a posse de Bolsonaro, o dólar subiu 45%.

O pacote de arroz acumula aumento de 91,27% na Capital, sendo 10% apenas em novembro. O pacote do produto de primeira já supera R$ 30 no Estado. De acordo com Andréia, o principal problema é a redução na área plantada no Brasil. A situação pode ficar mais complicada, porque não há incentivo do Governo federal nem sinalização dos produtores para ampliar a área destinada ao cultivo de arroz.

O tomate também se transformou no novo vilão da inflação, com aumento de 90,48% em 12 meses. O produto sente o reflexo do calorão da primavera e das águas do verão. A safra da batata também está comprometida, fazendo com que o preço do produto pese no bolso do consumidor.

A carne também disparou nos açougues e vem assustando o consumidor. No início do mês, o quilo da picanha chegou a ser comercializado a R$ 88, conforme registro feito pelos jornais Correio do Estado e Midiamax. Devido a falta de gado no pasto, o consumidor poderá se preparar para pôr a mão no bolso para garantir as festas de fim de ano.

Atualmente, a dona de casa está pagando preço de primeira para levar a carne de segunda. A opção pode ser o frango, que subiu, mas ainda está com o preço mais em conta.

Para comprar uma cesta básica para uma pessoa, o trabalhador precisa trabalhar 124 horas e um minuto, conforme estimativa do DIEESE.

Do salário mínimo de R$ 1.045, o empregado ou aposentado compromete 60% do valor apenas para comprar alimentos básicos, sem considerar outras necessidades como roupas, transporte, aluguel, energia elétrica, internet, telefone e água.

Valedoitaúnas



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