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Preço do tomate quase dobra em 1 ano; entenda por que e se vai continuar caro

09 de abril de 2022

Valor do alimento subiu 94,5% em 12 meses até março. Colheita menor tem pressionado preços, que podem recuar a partir de julho, segundo centro de pesquisas da USP

Preço do tomate quase dobra em 1 ano; entenda por que e se vai continuar caroNo campo, colheitas menores de tomate têm elevado o valor da hortaliça – Foto: Eddie Pipocas/Unplash

O preço do tomate praticamente dobrou em 1 ano e o alimento foi segundo item que mais subiu nos 12 meses até março (94,5%), depois da cenoura.

Somente no mês passado, o aumento foi de 27%, mostra o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na sexta-feira (8), pelo IBGE.

A escalada de preços foi tão forte que um comerciante de Mogi das Cruzes (SP) está dando aténdesconto para clientes que pedem lanche sem tomate.

No campo, colheitas menores têm elevado o valor da hortaliça. O pesquisador João Paulo Deleo, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), explicou que isso está ocorrendo e como o preço do tomate deve ficar nos próximos meses. Veja a seguir.

Por que a colheita caiu:

  • chuvas intensas no início do ano geraram perdas nas plantações, afetando os produtores do Sudeste e do Nordeste pela combinação com o calor intenso. Essa dobradinha aumenta a incidência de doenças nas lavouras;
  • área plantada de tomate vem diminuindo desde 2020 porque, no início da pandemia, os produtores perderam vendas com o fechamento do comércio e decidiram diminuir a área de plantio. Eles continuaram a fazer este movimento em 2021, mas por outro motivo: em março daquele ano, a colheita foi abundante e derrubou os preços ao produtor. Para recuperarem faturamento, decidiram reduzir ainda mais a área;
  • fim da safra de verão e início da de inverno, que ocorre em abril no Sul e Sudeste. Nessa época, costuma-se colher bem pouco tomate.

Vai continuar caro?

O valor do tomate deve continuar alto em abril, já que não se espera um aumento muito expressivo das safras, afirma Deleo.

"Os preços tendem a recuar entre julho e setembro, à medida que a safra de inverno avança", diz".

"Porém, tomate a gente nunca tem certeza. É uma hortaliça muito sensível à temperatura. Por isso, não é incomum oscilações de preços em períodos muito curtos", acrescenta o pesquisador.

Nas regiões Sul e Sudeste, onde é mais forte a produção de tomate, a safra de inverno ocorre entre os meses de abril a novembro, enquanto a de verão vai de dezembro a março.

Valedoitaúnas (g1)



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