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Poupança perde para a inflação no acumulado em 12 meses até setembro

09 de outubro de 2020

Descontado o IPCA, investimento acumulou perda de 0,46%, primeiro resultado negativo desde janeiro para 12 meses e o pior desde agosto de 2016.

Poupança perde para a inflação no acumulado em 12 meses até setembroA caderneta de poupança não teve ganho real no acumulado em 12 meses até setembro – Foto: Divulgação

O rendimento nominal do investimento foi de 2,67% no período – mas, se descontada a inflação, a poupança acumulou perda de 0,46%, de acordo com levantamento da provedora de informações financeiras Economática.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 0,64% em setembro, acumulando alta de 3,14% em 12 meses, segundo divulgou nesta sexta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em agosto, a poupança ainda registrava ganho real de 0,45% no acumulado em 12 meses. A última vez que o investimento tinha perdido para a inflação nesta base de comparação havia sido em janeiro (-0,05%).

Segundo a Economática, o retorno negativo de 0,46% registrado em setembro é o pior no acumulado em 12 meses desde agosto de 2016, quando a poupança teve rentabilidade de -0,75%, descontado o IPCA.

No acumulado nos 9 primeiros meses do ano, porém, a poupança acumulou uma rentabilidade de 1,76%, o que representa um ganho real de 0,41%, descontada a inflação.

Mesmo não oferecendo mais ganho real, a poupança acumula uma perda menor do que a registrada por outros investimentos. O Ibovespa, por exemplo, registra perda de 19,28% em 9 meses e de 12,43% em 12 meses.

O levantamento da Economática mostra que os investimentos com maiores retornos em 12 meses, já descontada a inflação, foram o ouro (60,17%), o euro (41,16%) e o dólar (31,33%). Já o CDI – taxa de referência de juros de empréstimos entre bancos – teve ganho real de 0,40%.

Poupança perde para a inflação no acumulado em 12 meses até setembroRentabilidade da poupança em 12 meses — Foto: Economia G1

O que explica a perda de rentabilidade

Apesar da aceleração da inflação, a perda de rentabilidade da poupança está relacionada principalmente com a queda da taxa básica de juros (Selic), atualmente em mínima histórica de 2% ao ano. Desde então, a correção da poupança passou a ser de 1,4% ao ano – 70% da Selic, mais a Taxa Referencial (TR).

Em 2019, a poupança já ficou sem ganho real, acumulando perda de 0,05% quando descontado o IPCA. Antes disso, a última vez que isso havia acontecido fora em 2015.

Em setembro, os depósitos na caderneta de poupança superaram os saques em R$ 13,228 bilhões. Esse resultado levou o chamado estoque – ou seja, o saldo total em contas poupanças – a superar pela primeira vez a marca de R$ 1 trilhão.

Desde abril, quando o governo começou a pagar o Auxílio Emergencial a trabalhadores informais e desempregados, a poupança tem batido recordes de captação. Isso porque parte desses benefícios está sendo paga em contas poupança.

Depósitos feitos até 2012 rendem 6,5% ao ano

Vale lembrar, porém, que depósitos feitos até abril de 2012 continuam rendendo 6,2% ao ano mais a TR. É a chamada "velha poupança". Relatório da XP Investimentos mostra que 42,2% de todo o estoque da poupança ainda está atrelado a essa regra e, portanto, com rendimento acima da taxa básica de juros.

"Esse bom retorno histórico justifica os aproximadamente 40% de todo o estoque de poupança brasileira rendendo 0,50% ao mês", destaca a instituição financeira.

O relatório mostra ainda que mais de 106 contas detêm mais de R$ 20 milhões em depósito, e que pouco mais de um terço do total está em aplicações entre R$ 5 mil e R$ 50 mil.

Valedoitaúnas/Informações G1



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