Polícia encontra em empresa 17 toneladas de restos de carne impróprios para consumo, no ES
22 de maio de 2024As carnes estavam armazenadas de forma irregular. Os produtos, normalmente, são para fabricação de ração e não para humanos
Foto: Divulgação/Polícia Civil
Tendão, pulmão e até pênis bovino foram encontrados em uma empresa de Guarapari, no litoral Sul do Espírito Santo, nesta terça-feira (21), armazenados de forma irregular e impróprios para consumo humano.
No local, foram encontradas 17 toneladas de restos animais e as investigações apontam que a empresa atuava abastecendo o mercado clandestino. Os materiais, normalmente, são destinados para a fabricação de ração e não para humanos.
O titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, delegado Eduardo Passamani, informou que a suspeita é que os restos seriam revendidos para açougues e utilizados na fabricação de embutidos. O nome da empresa não foi divulgado.
"O material deveria ser retirado do açougue ou frigorífico e encaminhado diretamente a uma empresa que faz farinha para ração animal, não pode ser vendido para consumo humano. Agora, vamos tentar identificar para onde estava indo. A suspeita é que frigoríficos estavam usando para fazer embutidos", explicou.
Empresa já havia sido notificada duas vezes pelo mesmo problema
Foto: Divulgação/Polícia Civil
Em 2022, a mesma empresa foi alvo de um mandado de busca e apreensão, quando foram encontradas 50 toneladas de restos de carne. Depois, ela foi para o Rio de Janeiro e continuou com a prática. No entanto, foi fechada pela polícia carioca.
Agora, a empresa voltou ao Espírito Santo e tentou continuar com a prática ilícita quando, novamente, foi descoberta pelas autoridades.
"Como punição, foi feita a obrigação da empresa pagar para destruir o material e os responsáveis serão investigados. Há indícios que sejam os mesmos da vez passada. Assim que acabar a investigação, vamos pedir a prisão para que eles não voltem. A gente vai cobrar e, se não for feito o descarte, também vamos encaminhar a prisão", finalizou o delegado.
As empresas responsáveis por encaminhar o resto de forma irregular também podem ser responsabilizadas.
A operação foi realizada pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) e em conjunto com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SFA/ES.