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PF pediu ao STF que postergasse ou cancelasse operação que mirou aliados de Bolsonaro

19 de junho de 2020

Informação foi publicada por 'O Globo'. Operação foi deflagrada na terça-feira, no inquérito que apura atos antidemocráticos e mirou bolsonaristas

PF pediu ao STF que postergasse ou cancelasse operação que mirou aliados de BolsonaroFoto: Reprodução Tweet

A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que postergasse ou cancelasse a operação da última terça-feira (16), que mirou aliados do presidente Jair Bolsonaro.

A informação foi publicada pelo site do jornal "O Globo". A operação foi deflagrada a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A operação foi deflagrada no inquérito que apura atos antidemocráticos. Entre os alvos estavam parlamentares, publicitários, empresários e youtubers bolsonaristas.

Ao pedir a postergação ou o cancelamento da operação, a PF argumentou que era necessário o "preenchimento das diversas lacunas das hipóteses criminais" apuradas.

Segundo informou "O Globo", delegada que assinou o pedido, Denise Dias Rosas Pinheiro, argumentou ainda que as investigações estavam em etapa "inicial" e que a operação poderia gerar "risco desnecessário" para os alvos e para a "estabilidade das instituições".

"A realização conjunta das diversas medidas propostas em etapa tão inicial da investigação tem o potencial de gerar um grande volume de dados relativos a várias pessoas que estão teoricamente vinculadas a diversos fatos, dispersando a energia do Estado para múltiplos caminhos e com risco de aumento do escopo em progressão geométrica, o que inevitavelmente tonará a investigação mais complexa, ainda que, de fato, ela não seja", escreveu a delegada.

"Com isso, ela se tornará menos objetiva, menos transparente, mais onerosa e - o principal quando se trata do tipo de associação criminosa aqui tratada – muito mais lenta, com risco desnecessário para as vítimas em potencial e para a própria estabilidade das instituições", acrescentou.

Conforme "O Globo", a manifestação foi vista com estranheza no STF, uma vez que cabe à Polícia Federal cumprir os mandados expedidos pelo Judiciário, não o papel de opinar sobre as ações. Ainda segundo o jornal, após o episódio, Alexandre de Moraes decidiu analisar um pedido da PGR de afastamento da delegada do caso.

A TV Globo apurou que os 21 alvos da operação tiveram os sigilos bancário e telemático quebrados.

Argumentos da PF

No pedido, a PF também afirmou que a "delimitação" do que chama de "hipótese criminal" serviria para "direcionar o esforço a ser realizado" e alcançar o "desejo de todos de realização de uma investigação objetiva, transparente e mais célere".

A PF afirmou ainda que a "não comprovação de vínculo entre as diversas condutas noticiadas recomendaria a separação da apuração em inquéritos distintos", isto é, conforme a PF, "direcionando a atuação da PF e facilitando a atuação da defesa técnica, do MP e do próprio juízo".

"Ela [investigação] se tornará menos objetiva, menos transparente, mais onerosa e - o principal, quando se trata do tipo de associação criminosa aqui tratada – muito mais lenta, com risco desnecessário para as vítimas em potencial e para a própria estabilidade das instituições", escreveu a delegada.

Valedoitaúnas/Informações G1



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