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Petrobras espera concluir a venda de 8 refinarias até o final de 2021

30 de novembro de 2020

Presidente da empresa, Roberto Castello Branco, afirma já ter seis refinarias em estágio avançado de venda

Petrobras espera concluir a venda de 8 refinarias até o final de 2021Petrobras anunciou plano de desinvestimentos – Foto: Ueslei Marcelino/Reuters/Arquivo

A Petrobras espera "concluir" integralmente a venda das oito refinarias colocadas no plano de desinvestimentos até o final de 2021, de acordo com o compromisso assumido com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), disse o presidente-executivo da companhia, Roberto Castello Branco, nesta segunda-feira (30).

Segundo Castello Branco, além da Rlam, na Bahia, a Petrobras tem outras refinarias em que se pode chegar à assinatura de um contrato de compra e venda em futuro próximo.

"Temos as ofertas vinculantes para a Refap (no Rio Grande do Sul) e Repar (no Paraná) no dia 10 de dezembro. Isso representa seis refinarias já em curso de venda, em estágio mais avançado", afirmou ele, em entrevista a jornalistas.

Mais cedo, a companhia detalhou seu plano de vendas de ativos para o período 2021-2025. Castello Branco acrescentou que a empresa espera lançar a data para ofertas vinculantes da Regap (Minas Gerais) e Rnest (Pernambuco) no início de 2021.

A estatal, que hoje tem 13 refinarias localizadas em várias regiões do país, passará a ter cinco unidades de refino, todas concentradas no Sudeste, a principal região consumidora. A capacidade produtiva passará de 2,2 milhões para 1,1 milhão de barris por dia.

Desinvestimentos

A Petrobras prevê desinvestimentos de US$ 25 bilhões a US$ 35 bilhões no período de 2021 a 2025, versus uma faixa de US$ 20 bilhões-US$ 30 bilhões no plano de negócios anterior, à medida que a empresa busca reduzir sua dívida e concentrar recursos em ativos de "classe mundial" como os campos de pré-sal.

O valor a ser obtido com desinvestimentos aumentou com a inclusão no plano de fatias da Petrobras na petroquímica Braskem e na BR Distribuidora, além de campos de Marlim e Albacora, esclareceu a diretora de Finanças e Relacionamento com Investidores, Andrea Marques, em entrevista com jornalistas, notando que a adição de alguns desses ativos era uma possibilidade.

A estatal também quer vender a distribuidora de gás Gaspetro e térmicas, entre outros ativos, mas é com as refinarias que a companhia pode obter uma parcela dos recursos importante já em 2021, indicou o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, ao afirmar que a petroleira prevê concluir no ano que vem a venda das oito unidades de refino colocadas no plano.

"Temos as ofertas vinculantes para a Refap (no Rio Grande do Sul) e Repar (no Paraná) no dia 10 de dezembro. Isso representa seis refinarias já em curso de venda, em estágio mais avançado", afirmou ele, após a companhia detalhar mais cedo seu plano de vendas de ativos para o período 2021-2025.

A estatal não especificou, no entanto, quanto e quando espera obter os recursos das vendas de ativos. "É difícil estimar as datas de recebimento neste 'range' de cinco anos...", disse Andrea, admitindo que uma parcela significativa desse valor pode ficar para 2021, por conta das refinarias.

Também estão incluídos no programa de alienação ativos campos de produção em terra e águas rasas, além do polo Albacora, Albacora Leste, Frade e 50% no polo Marlim. "Apesar das restrições para movimentação por causa da covid-19, estamos avançando bem para cumprir os compromissos assumidos com o Cade para a abertura desse mercado de refino", reiterou a diretora de Refino, Gás e Energia, Anelise Lara.

Mais cedo, a diretora de finanças disse a investidores que, nos casos da BR e da Braskem, a companhia vai aguardar uma janela mais positiva de mercado para realizar as operações.

Lara, por sua vez, disse que a alienação da fatia na Braskem terá seu modelo anunciado oportunamente. A executiva comentou ainda ter expectativa de conclusão do negócio da venda da Liquigás, distribuidora de gás liquefeito de petróleo, em dezembro.

Ela também reforçou que a companhia deixará de atuar nos setores de transporte e distribuição de gás. De outro lado, a empresa reduzirá sua participação como supridora, mas ainda terá papel importante. "Deixaremos de ter uma participação quase integral no suprimento para (um) patamar próximo de 55% desse mercado", comentou.

Com relação à Gaspetro, a executiva afirmou que a empresa terá de buscar outro formato de desinvestimento, após a Compass, do grupo Cosan, ter sido desqualificada do processo devido a questões concorrenciais.

"A Compass não preenchia requisitos de desverticalização, isso coloca um problema para nós. Vamos ter que buscar outro formado de desinvestimento na Gaspetro. A Mitsui (sócia) também está querendo sair, vamos buscar forma de sair juntos desse processo, uma vez que houve esse processo do Cade", explicou.

Apesar da vendas de térmicas também estar incluída no plano, a Petrobras manterá capacidade de geração de 4,3 gigawatts, acrescentou a executiva. Ela disse que a maioria das térmicas está em processo de desinvestimento, mas a Petrobras tem expectativa de ficar com dez unidades "para monetizar" o próprio gás.

Já o terminal de regaseificação na Bahia deve ter novo processo competitivo aberto para arrendamento no início do próximo ano, após uma empresa interessada ter sido desqualificada por riscos de conformidade.

Valedoitaúnas/Informações R7



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