Pesquisadores da Polônia descobrem primeira múmia egípcia de mulher grávida
30 de abril de 2021Artefato do Museu Nacional de Varsóvia era identificado até então como um sacerdote do sexo masculino
Pesquisadores da Polônia descobrem primeira múmia egípcia de mulher grávida Foto: Divulgação/Warsaw Mummy Project
Uma equipe de cientistas poloneses descobriu o exemplar de uma múmia egípcia grávida, o primeiro do tipo já notificado. O trabalho de pesquisadores do Projeto Múmia, da Universidade de Varsóvia, foi publicado no periódico Journal of Archaeological Science na quarta-feira (28).
O grupo de trabalho, iniciado em 2015, usa novas tecnologias para analisar artefatos do Museu Nacional de Varsóvia. A múmia era identificada até então como um sacerdote do sexo masculino, mas novo exame radiológico revelou que se tratava de uma múmia do sexo feminino com aproximadamente sete meses de gravidez. Os especialistas acreditam que os restos mortais são provavelmente de uma mulher que pertencia a uma classe alta da sociedade, com idade entre 20 e 30 anos e que morreu durante o século I a.C.
Com novos exames, pesquisadores descobriram que múmia identificada como padre na verdade era mulher grávida Foto: Divulgação/Warsaw Mummy Project
A múmia foi levada para Varsóvia em 1826 e a inscrição no caixão trazia o nome de um homem: Hor-Djehuti. Em 1917, foi transferida para o Museu, onde era exposta na Galeria de Arte Antiga. Para os pesquisadores, a descoberta representa "novas possibilidades para estudos de gravidez na antiguidade, que podem ser comparadas e relacionadas aos casos atuais". Além disso, destacam que o exemplar "lança uma luz sobre um aspecto não pesquisado dos antigos costumes funerários egípcios e interpretações da gravidez no contexto da antiga religião egípcia".
Há registro de que o doador do item alegou que a múmia foi encontrada em túmulos reais em Tebas, mas os pesquisadores afirmam que era comum no século 19 atribuir falsamente antiguidades a lugares famosos para aumentar seu valor. Ainda não está claro também o motivo pelo qual o feto não foi retirado para ser embalsamado separadamente. Os especialistas acreditam ainda que a múmia pode ter sido colocada no caixão errado por traficantes de antiguidades há centenas de anos.
Valedoitaúnas/Informações O Globo