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Pesquisadora da UFPB cria inseticida natural que mata mosquito da dengue

13 de julho de 2020

Pesquisadora da UFPB cria inseticida natural que mata mosquito da dengueFabíola Cruz, pesquisadora responsável pelo invento – Foto: Raíssa Helena/Divulgação/UFPB)

Uma colaboração técnica entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Algodão) tem como objetivo a produção e comercialização de inseticida feito do extrato de agave híbrida, uma variante melhorada geneticamente em laboratório, com o intuito de obter uma planta mais resistente a pragas.

O inseticida de agave (sisal), planta cultivada em regiões semiáridas, mata o mosquito Aedes aegypti em qualquer uma de suas fases de vida (ovo, larva, pupa ou adulto).

A pesquisadora responsável pelo invento, a professora Fabíola Cruz, do Departamento de Biologia Celular e Molecular da federal paraibana, destaca que a parceria tem vários benefícios.

“A mais importante delas é que a gente está criando algo para combater um mosquito que causa muitas doenças, não só a dengue, mas a zika e a chikungunya”, ressalta a professora.

Neste ano, até a 24ª Semana Epidemiológica, foram registrados 3.393 casos prováveis de dengue na Paraíba, segundo o Boletim Epidemiológico Nº 05, de 22 de junho, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), referente a arboviroses. Quanto à chikungunya, foram notificados 402 casos prováveis e 81 para a doença aguda causada pelo vírus Zika.

A eficácia do inseticida na eliminação do Aedes aegypti já é comprovada e, entre outros benefícios, estão o baixo custo, ação rápida e o fato de não ser tóxico para outros animais. O objetivo da parceria com a Embrapa é conseguir empresas que possam produzir esse inseticida em escala comercial.

“Nem a UFPB e nem a Embrapa têm condições de produzir, de tornar o inseticida comercializável. Então, para isso, precisamos de um agente externo, que seria uma indústria”, explica a pesquisadora, destacando ainda o papel da Agência de Inovação Tecnológica (Inova) nessa articulação com o setor privado.

Por meio da produção e da comercialização, a pretensão, com este convênio, é também gerar renda para os produtores de sisal na Paraíba, a exemplo do município de Pocinhos, onde a Embrapa tem parcerias e oferece apoio aos trabalhadores rurais.

“Hoje, os produtores que vivem da cultura do sisal têm a sua renda muito diminuída porque a planta vem perdendo importância. Já teve muita relevância no passado, porque a fibra do sinal era muito utilizada na indústria, e hoje está sendo substituída por fibra sintética. Quando a gente faz uma descoberta como essa, isso volta a tornar o sisal importante”, defende a professora Fabíola.

De acordo com Everaldo Paulo de Medeiros, pesquisador da Embrapa Algodão e que também é um dos inventores do inseticida, cerca de 95% do sisal é descartado no lixo, pois 80% é o suco ou extrato da planta, justamente a parte utilizada para produzir o inseticida; 15% é a mucilagem, que é a parte gelatinosa do sisal; e apenas 5% é a fibra.

Segundo ele, a cultura do sisal envolve um contingente com aproximadamente 500 mil postos de trabalho no Brasil, desde o cultivo no campo ao beneficiamento na indústria. No Nordeste, os estados da Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará são os principais produtores.

A criação do inseticida, patenteado pela Inova UFPB, também teve a colaboração dos pesquisadores Valdir Braga, Louise Oliveira, Patrícia Sousa e Gabriel Nascimento. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail [email protected].

Valedoitaúnas/Informações Portal Correio



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