Perda do olfato, tosse e febre: os sintomas mais comuns dos infectados pela covid-19 no ES
19 de maio de 2020De acordo com o inquérito sorológico, mais de 38% das pessoas que têm ou já tiveram a doença apresentaram pelo menos quatro sintomas diferentes
Foto: TV Vitória
A perda do olfato e do paladar está entre os principais sintomas relatados por pessoas que estão ou já foram infectadas pelo novo coronavírus no Espírito Santo. De acordo com o resultado da primeira etapa do inquérito sorológico no estado, divulgado nesta segunda-feira (18), mais de 38% dos infectados apresentaram pelo menos quatro sintomas diferentes. Entre os mais comuns, está também tosse e febre.
A pesquisa apontou que 20% dos pacientes com coronavírus foram assintomáticos, ou seja, não apresentaram qualquer sintoma. Outros 40% disseram ter tido poucos sintomas.
O inquérito sorológico apontou ainda que 84.391 pessoas já foram contaminadas com a covid-19 no Espírito Santo, o que corresponde a cerca de 2,1% da população capixaba. O número é uma projeção, já que o número de testes realizados durante os três dias dessa primeira etapa não passou de 6.670.
De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, se for considerado o tamanho da população do Espírito Santo, é possível dizer que quase 4 milhões de capixabas ainda correm o risco de serem infectados pelo coronavírus. Por isso, o recado da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) não muda: o distanciamento continua sendo a prioridade no controle da doença.
"O Espírito Santo tem pouco mais de 4 milhões de habitantes. Destes, apenas 85 mil já foram infectados pela doença. Restam aproximadamente 4 milhões de pessoas. É essa a lógica que nós precisamos compreender. Já temos mais de 300 mortes, as UTI's, via de regra, com uma taxa de ocupação que preocupa a cada dia. Imaginemos então o que seria liberar, de maneira geral, todas as atividades sem um processo de organização, de planejamento para o seu funcionamento", destacou Reblin.
O perfil da maioria dos casos positivos no estado, segundo o inquérito sorológico, é de mulheres, de 21 a 40 anos, não gestantes. Outra informação importante é de que 60% dos pacientes com coronavírus não procuraram um serviço de saúde.
O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, reforçou a necessidade de procurar um médico para evitar subnotificações. "Na presença de qualquer sintoma respiratório, procure um serviço de saúde para receber uma avaliação médica", alertou.
O secretário afirmou ainda que, a partir dos dados dessa primeira etapa do inquérito sorológico, este é um dos momentos mais críticos da pandemia do coronavírus. No entanto, frisou que, com as medidas de isolamento adotadas até agora, o Espírito Santo vem conseguindo distribuir os casos ao longo do tempo, para evitar um colapso no sistema público de saúde.
"As medidas que nós tomamos até o presente momento estão conseguindo distribuir os pacientes infectados ao longo das semanas epidemiológicas. Estamos vivendo, então, um fenômeno de aceleração da curva, que deverá, em algum momento, chegar a um platô e distribuir casos ao longo de algumas semanas e, por consequência, entrar em fase de recuperação da doença", ressaltou Nésio Fernandes.
A próxima etapa do inquérito sorológico será realizada em 14 dias. "A próxima etapa da pesquisa, e todas as outras etapas, vão ser nos mesmos locais, nos mesmos setores, mas em casas diferentes", frisou o coordenador de geoespacialização do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Jabor.
Os setores censitários investigados foram definidos pelo IJSN, com apoio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, 452 profissionais percorreram o estado, durante os três dias de testes.
"As residências foram selecionadas aleatoriamente no próprio campo. Nós orientamos a equipe de campo, de como fazer essa identificação das residências. Nós indicamos um ponto de partida e, a partir dali, elas percorreram todo o campo, na busca das residências para poder fazer a pesquisa", explicou o coordenador.
Valedoitaúnas/Informações Folha Vitória