Pai encontra restos mortais do filho dentro de mala boiando em rio
25 de maio de 2021Jovem estava desaparecido e, ao longo dos últimos dias, partes do corpo foram localizadas no rio Itajaí-Açu
Bombeiros recolherem o corpo após o pai encontrar a mala com a cabeça do filho –Foto: Reprodução/Redes sociais
O desaparecimento de um jovem em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, teve um desfecho chocante esta semana. A cabeça dele foi encontrada pelo próprio pai dentro de uma mala que estava boiando em um rio, na região da Itoupava.
Renan Kalbush, 21 anos, sumiu no dia 4 de maio, quando foi visto pela última vez na região do terminal de ônibus, no bairro Canta Galo. A câmera de segurança de um estabelecimento filmou o rapaz passando desacompanhado pelo local.
Câmera de segurança registrou Renan no bairro Canta Galo, em Rio do Sul – Foto: Reprodução
O pai registrou o desaparecimento, mas as primeiras pistas do paradeiro do jovem só surgiram uma semana depois da confecção do Boletim de Ocorrência. No dia 12 de maio, um pescador encontrou uma perna no rio Itajaí-Açu.
Ronaldo Kalbush reconheceu como sendo do filho pela tatuagem. A Polícia Civil então abriu inquérito e o Corpo de Bombeiros foi acionado para buscas. Começava ali a jornada do pai, com ajuda de amigos e familiares, para localizar o restante do corpo.
Mesmo com a locomoção comprometida em virtude de uma lesão na medula, o pai pegou uma bateira e percorreu o rio. Foi ele quem encontrou, nos dias 15 e 20, outras partes das pernas do filho.
Abnegado, não parou até localizar a cabeça do jovem, o que ocorreu no sábado (22).
“Foi bastante chocante, porque como pai achar um filho assim... Mas agora pelo menos podemos fazer o enterro que ele merece”, desabafa Ronaldo.
Momento em que o Corpo de Bombeiros chegou ao local depois de o pai encontrar a mala – Foto: Reprodução, Redes sociais
O delegado Tiago Cardoso aguarda os resultados de laudos periciais que podem apontar se Renan morreu em decorrência do esquartejamento ou se já estava sem vida quando foi desmembrado.
Os suspeitos do crime, o local em que aconteceu a mutilação e a motivação para a barbárie ainda precisam ser desvendados.
Alívio
"Achei você, meu filho. Prometi que eu iria te achar, e achei. Mesmo com meus problemas de saúde, enfrentei estes rios com a glória de Deus me encaminhando ao seu encontro. Entrego você agora nas mãos de Deus, meu filho", disse o pai em uma publicação na rede social.
Ronaldo conta que o filho enfrentava problemas com a dependência química e passou por algumas internações para tratamento. A lembrança que fica para a família é de um jovem alegre, sorridente e sempre brincalhão.
A irmã mais velha de Renan mostra gratidão pelo empenho do pai.
Bombeiros fizeram buscas
A família de Renan questiona as buscas feitas pelo Corpo de Bombeiros, que teriam ocorrido apenas no dia em que a primeira parte do corpo foi encontrada por um pescador.
O tenente Daniel Gonçalves, comandante do Corpo de Bombeiros em Rio do Sul, diz que a corporação fez buscas pelo corpo de Renan usando embarcações em pelo menos quatro oportunidades.
Aponta ainda que diante da falta de informação sobre o possível local em que os membros foram jogados, fizeram buscas em um raio de 500 metros acima e abaixo da área onde encontraram a primeira parte da perna do rapaz.
Sem encontrar nada, o trabalho foi encerrado. De acordo com o delegado responsável pelo caso, a polícia solicitou à corporação que volte ao local na tentativa de localizar os braços e o abdômen.
Ronaldo promete retornar ao rio nos próximos dias para tentar encontrar os membros que ainda estão sumidos.
“Se Deus me abençoar, essa semana eu volto para rio, procurar o restante”, afirma o pai.
Valedoitaúnas/Informações NSCtotal