OMS vê risco elevado na ômicron; G7 faz reunião de emergência
29 de novembro de 2021Ministros da Saúde dos países do G7 se reúnem em caráter de urgência em Londres, nesta segunda-feira, para discutir como frear a disseminação da ômicron
Foto: Divulgação
A variante ômicron do coronavírus representa um risco muito elevado para o planeta, advertiu nesta segunda-feira (29) a Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização também afirmou que há muitas dúvidas sobre a variante, especialmente sobre o perigo real que representa.
"Até o momento não se registrou nenhuma morte associada à variante ômicron", afirmou a OMS em um documento técnico, que também apresenta conselhos às autoridades para tentar frear seu avanço.
Desde a semana passada, países têm suspendido voos vindos de países africanos na tentativa de frear a disseminação da variante, que já foi confirmada em todos os continentes. Mas em entrevista ao Fantástico, a médica Angelique Coetzee, que diagnosticou os primeiros pacientes com a nova variante e fez alerta, afirmou que considera as medidas precipitadas.
Países onde a nova variante do coronavírus já foi detectada
1 África do Sul: 77 casos na Província de Gauteng.
2 Alemanha: 2 casos confirmados na região da Baviera e 1 caso suspeito.
3 Austrália: 5 casos confirmados (4 em Sidney e 1 em Darwin).
4 Áustria: 1 caso na província de Tirol.
5 Bélgica: 1 caso, de um viajante que voltou do Egito (Egito não confirmou oficialmente nenhum caso da nova variante até o momento) em 11 de novembro.
6 Botsuana: 4 casos, todos de estrangeiros que foram ao país missão diplomática e já deixaram o país.
7 Canadá: 2 casos confirmados em Ontário.
8 Dinamarca: 2 casos.
9 Escócia: 6 casos. Alguns infectados não tiveram relação com viagens ao sul da África, o que pode indicar que já há transmissão local.
10 Holanda: 13 casos detectados entre 61 passageiros infectados que desembarcaram de 2 voos da África do Sul. Eles foram isolados.
11 Hong Kong: 1 caso, de uma pessoa que viajou à África do Sul.
12 Israel: 1 caso, de uma pessoa que viajou ao Malaui (Malaui não confirmou oficialmente nenhum caso da nova variante até o momento), e mais 7 casos suspeitos.
13 Itália: 1 caso, de um homem que chegou de Moçambique.
14 Portugal: 13 casos confirmados de jogadores e membros do clube de futebol do Belenenses. Um dos infectados viajou à África do Sul e há indícios de transmissão local.
15 Reino Unido: 3 casos confirmados: 1 em Chelmsford, 1 em Nottingham e um 3º caso de um viajante que já não está mais no país.
16 República Tcheca: 1 caso confirmado em Liberec e 1caso suspeito de uma pessoa que voltou da Namíbia.
"Dadas as mutações que poderiam conferir a capacidade de escapar de uma resposta imune e dar-lhe uma vantagem em termos de transmissibilidade, a probabilidade de que a ômicron se propague pelo mundo é elevada", afirma a organização.
A OMS aumentou a lista de países nos quais a variante foi detectada após os primeiros casos no sul da África, em novembro.
Mais três países da Europa confirmam casos da variante ômicron — Foto: JN
"Em função das características, podem existir futuros picos de Covid-19, que poderiam ter consequências severas", disse a OMS.
As incógnitas sobre a variante são numerosas, diz, no entanto, a OMS, que lista algumas dúvidas:
- Qual é o nível de contágio?
- Esse nível de contágio é ligado às mutações constatadas?
- O nível de proteção que as vacinas contra a Covid já existentes é suficiente?
- Essa variante causa sintomas mais graves?
G7 fará reunião sobre a variante
Os ministros da Saúde dos países do G7, os mais desenvolvidos do mundo, se reúnem em caráter de urgência em Londres, nesta segunda-feira (29), para discutir medidas para tentar frear a disseminação da ômicron. O contágio pela nova variante continua a progredir pelo mundo, causando cada vez mais preocupação e vários países decidiram impor novas medidas para conter a epidemia.
O Japão decidiu fechar seu território para todos os visitantes estrangeiros. Três semanas depois de aliviar algumas restrições para permitir a entrada de viajantes a negócios e estudantes, Tóquio "proibirá todas as entradas de pessoas estrangeiras" a partir desta terça-feira (30), informou o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida.
Os japoneses que regressam de nove estados e países do sul da África, onde foram identificadas pela primeira vez as infecções com a nova variante, terão de se submeter a "medidas de isolamento estritas, de acordo com os riscos".
Na França, a detecção da nova variante é "muito provavelmente uma questão de horas", disse o ministro da Saúde, Olivier Véran, no domingo (28). Oio casos possíveis de contaminação pela ômicron no país foram detectados e estão sendo monitorados, informaram as autoridades francesas.
Valedoitaúnas (g1)