Óleo de soja, arroz, leite e carne estão mais caros. O que fazer?
11 de outubro de 2020Para economista, 'se reduzir a quantidade que compra desses itens, a oferta aumentará e o mercado entenderá que não aceitamos esses preços'
Preço do arroz acumula alta de 40,69% no ano – Foto: Pixabay
O arroz, óleo de soja, tomate, leite longa vida e a carne – sempre presentes na mesa do brasileiros – estão mais caros, segundo a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na sexta-feira (9).
O preço do óleo de soja foi o que mais impactou. Confira a elevação do custo dos cinco itens:
• Óleo de soja – alta de 27,54% no mês (51,30% no ano);
• Arroz – alta de 17,98% no mês (40,69% no ano);
• Tomate – alta de 11,72%;
• Leite longa vida – alta de 6,01%; e
• Carnes – alta de 4,53%.
Para o economista André Braz, coordenador do IPC e do FGV IBRE, o consumidor não precisa se preocupar com o aumento no preço do leite porque, à medida que as chuvas aumentam, as pastagens melhoram e a oferta de leite também.
“O efeito que estávamos vendo, que elevou o litro do leite a R$ 5, tem a ver com a estiagem, efeito sazonal”, disse André Braz
Os outros itens, derivados da soja ou até mesmo o arroz, dependem de safras mais longas e condições de mercado que não estão muito favoráveis para a queda no preço, diz o economista.
“A soja, com o real desvalorizando, vem sendo cada vez mais exportada e seu preço internacional está decolando. Então, não dá para esperar que o preço do óleo de soja fique barato da noite para o dia”, diz Braz.
A próxima safra do arroz é em fevereiro. "Até lá o consumidor deve ter paciência".
Braz destaca que não há muito o que fazer com a situação dos itens essenciais.
No entanto, alerta que “sempre dá para reduzir um pouco o consumo e, se cada um reduzir um pouquinho daquilo que está muito caro, seria uma forma de sinalizarmos para o mercado que esse nível de preço não está bom”.
“Se renunciarmos a uma parte do produto, a oferta dele aumenta. E não precisa deixar de comprar muito. Se consome 10 kg de arroz, deixe de comprar um. Esse movimento já ajudaria bastante”, pontuou André Braz.
A pedido do R7 Economize, a nutricionista Adriana Stavro elaborou uma lista itens que podem substituir os alimentos que registraram alta de preço em setembro.
Confira:
Arroz
Dos cinco itens mais caros, o arroz é o que tem mais alternativas para trocar no cardápio:
• Abóbora;
• Batata inglesa
• Batata-doce;
• Cuscuz marroquino
• Cuscuz de milho
• Inhame;
• Macarrão;
• Mandioca;
• Mandioquinha (apesar de nem sempre estar mais barata); e
• Quinoa.
Óleo de soja
Há uma variedade de óleos nas prateleiras dos supermercados. A dica da nutricionista é pesquisar diversas marcas e tipos.
Leite longa vida
Assim como o óleo de soja, há uma variedade de opções de leites nas prateleiras dos supermercados: integral, desnatado, semidesnatado, A, B, C ou fresco, direto da vaca (que tem alguns riscos).
A embalagem também muda – pode ser saquinho, caixinha ou garrafa.
“O que varia entre um e outro é a quantidade de gorduras (3,5% no integral, de 0,5% a 2,9% no semi e até 0,5% no desnatado) e calorias. Os demais nutrientes (cálcio, proteínas, carboidratos e sódio) são iguais. O total de vitaminas B2 e B12 e de minerais como fósforo também não é alterado”, diz.
A dica é pesquisar, segundo Adriana.
Carnes
• Ovos
• Frango
• Peixe da estação (atum, bonito, corvina, lambari, linguado, pintado, robalo, salmão, tilápia)
• Carne suína
• Carne de segunda
“Todos são ótimas alternativas, mas se você não aceita outras proteínas, pode escolher cortes bovinos mais baratos, aqueles considerados de ‘segunda’, como músculo, peito, acém e coxão duro”.
Adriana explica que a diferença da carne de “primeira” para a de “segunda” não é o sabor nem o valor nutricional, mas a forma de preparo, pois os de “segunda” demoram mais tempo para ficarem prontos.
Como preparar pratos com os substitutos?
A nutricionista dá algumas dicas para preparar alguns dos itens que ela citou:
Segundo ela, o músculo é ótimo para ensopados com legumes, ou pode ser moído para fazer hambúrgueres, almôndegas ou quibe.
A carne moída pode ser usada em molho de tomate para fazer um ragu ou molho de macarrão à bolonhesa ou rechear lasanhas.
As lasanhas podem ser feitas de massa tradicional ou de abobrinha, berinjela. Ficam ótimas, conta Adriana.
Tomate
Quanto ao tomate, a nutricionista afirma que não tem jeito: o item não está em período de safra.
A solução, segundo ela, é optar por verduras, legumes e frutas da época. Confira a lista:
Frutas
• Abacaxi;
• Acerola;
• Banana-nanica;
• Banana-prata;
• Caju;
• Caqui;
• Jabuticaba;
• Laranja-lima; e
• Manga.
Legumes
• Alcachofra;
• Aspargo;
• Berinjela;
• Beterraba;
• Ervilha;
• Fava;
• Pepino;
• Tomate-caqui;
Verduras
• Almeirão;
• Catalonha;
• Cebolinha;
• Coentro;
• Espinafre;
• Hortelã;
• Mostarda;
Valedoitaúnas/Informações R7